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Estado de Minas

Parlamentares negam elo com 'máfia do asfalto'

A reportagem conseguiu contado com 8 dos 14 parlamentares que aparecem em uma espécie de planilha apreendido pelo Ministério Público


postado em 01/11/2013 09:07 / atualizado em 01/11/2013 09:15

São Paulo - A maioria dos parlamentares que foram citados em nova planilha obtida pelo Ministério Público sobre a Máfia do Asfalto voltou a negar  qualquer relação com os integrantes do grupo acusado de fraudar em licitações em prefeituras do Estado de São Paulo.

A reportagem conseguiu contado com 8 dos 14 parlamentares cujos nomes aparecem em uma espécie de planilha apreendido pelo Ministério Público em pen drive na casa do empreiteiro Olivio Scamatti durante a Operação Fratelli. Ele é apontado pela procuradoria como chefe da organização. Para os promotores que derrubaram a Máfia do Asfalto as planilhas com nomes de políticos e valores “são indicativo da possibilidade de pagamento de propinas”.

Os deputados Devanir Ribeiro (PT), Cândido Vaccarezza, Otoniel Lima (PRB), Roque Barbiere (PTB) e Gilmaci Santos (PRB) não foram localizados. Carlos Cezar (PSB) não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.

O deputado estadual Itamar Borges (PMDB), que segundo o MP teria recebido, entre 2011 e 2012, R$ 247 mil em propina, afirmou que nunca negociou com o Grupo Demop, controlado por Scamatti, preso há quase 7 meses sob acusação de liderar a Máfia do Asfalto.

“O parlamentar nunca recebeu qualquer tipo de doação ou benefício em troca de emendas parlamentares de quem quer que seja e jamais fez qualquer tipo de negociação com os empresários envolvidos na investigação”, disse Itamar, por meio de sua assessoria de imprensa.

Mentira vigorosa

Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara, também é citado no documento obtido pelo MP. Para o petista, a informação de que ele teria recebido R$ 25 mil, dado que consta na lista da Máfia do Asfalto, é uma “vigorosa mentira”. “O MP tem o dever de apurar corretamente todos os fatos”, disse o deputado.

Outro parlamentar mencionado na tabela é Geraldo Vinholi (PSDB), prefeito de Catanduva. A planilha apreendida na residência de Scamatti indica, de acordo com o MP, que o então deputado teria recebido em propina R$ 105 mil. Por meio de sua assessoria, Vinholi “nega com veemência” a inclusão de seu nome na lista. “Geraldo Vinholi não tem qualquer envolvimento ou contato com os empreiteiros em questão e repudia com veemência a inclusão de seu nome”, diz, por meio de nota.

João Antonio, hoje secretário de Relações Governamentais do governo de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo, disse que sequer assinou emendas durante o período citado nos documentos do MP. Na planilha de Scamatti, o nome de João Antonio aparece ao lado da quantia “R$ 100 mil”. “O deputado estadual licenciado João Antonio não assinou emendas ao orçamento de 2011. Ele não destinou quaisquer recursos para prefeituras que eventualmente assinaram contratos com o grupo investigado”, afirmou ele através de sua assessoria de imprensa.

José Mentor, deputado federal do PT, também disse que não fez emendas com o grupo Demop. De acordo com a planilha do Ministério Público, Mentor teria recebido da organização R$ 25 mil entre 2011 e 2012 como propina.

O deputado Enio Tatto (PT) afirmou que não conhece Scamatti e repudiou envolvimento no caso. “Eu não conheço essa turma. Não tenho relação nenhuma. Eu jamais teria, muito pelo contrário. É só ver a minha atuação na Assembleia Legislativa. Eu até pedi para abrir CPI”, disse o parlamentar. O nome de Tatto aparece no documento apreendido ao lado da quantia “R$ 85 mil”.

O deputado federal Jefferson Campos (PSD) afirmou por intermédio de sua assessoria que não iria comentar sobre as novas informações contidas dos documentos do Ministério Público Estadual.

Emendas


De acordo com as investigações da Operação Fratelli, que desarticulou a organização supostamente liderada pelo empreiteiro Olívio Scamatti, os denunciados se valiam de emendas parlamentares, federais e estaduais, para angariar recursos para obras contratadas por administrações municipais em meio a licitações que teriam sido fraudadas. A suspeita é de que parte do dinheiro enviado às cidades era desviada.

Na última quarta-feira (30), o jornal O Estado de S.Paulo publicou informações de uma outra planilha apreendida pelo Ministério Público também na Operação Fratelli na casa do contador Ilso Donizete Dominical. No documento também aparecem nomes de políticos - a maioria do PT -, associados a datas e valores supostamente repassados a eles em 2011. O montante atinge R$ 3,048 milhões.


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