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Estado de Minas SAIA JUSTA NO PSB

Vice-presidente do PSB nega ter feito críticas à equipe da ex-senadora e aliada Marina Silva

Apesar da saia justa, Roberto Amaral defende seu direito de opinar


postado em 02/11/2013 06:00 / atualizado em 02/11/2013 07:07

Roberto Amaral, ao lado de Campos: Marina também tem o direito de discordar de nossas posições (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press - 7/12/10)
Roberto Amaral, ao lado de Campos: Marina também tem o direito de discordar de nossas posições (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press - 7/12/10)
  Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral admitiu à reportagem que seus artigos recentes – no último, publicado na revista Carta Capital, criticou os economistas André Lara Rezende e Eduardo Gianetti da Fonseca, conselheiros de Marina Silva – estão dando uma repercussão maior do que até ele mesmo esperava. Ele apressou-se em dizer que não existe qualquer ataque à ex-senadora. Acrescentou, ainda, que foi maldade “pinçar”, na lista de cinco economistas citados por ele, os dois próximos à aliada do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Mas defendeu o direito de expressar a sua opinião. “A Marina também tem dito que não é militante do PSB e tem o direito de discordar de algumas posições nossas”, declarou Amaral.

Ele lembra que, justamente por haver pontos de vista divergentes, optou-se por uma coligação e não por uma fusão. “A coligação não se faz entre iguais, mas entre complementares”, explicou o dirigente socialista. “Optamos por uma união jurídica, mas os dois partidos continuam se respeitando como entidades próprias.” Amaral garante que não foi procurado por nenhum integrante da Rede ou do PSB para comentar o artigo. Mas admite que é melhor ser mais comedido daqui para a frente. “Creio que devemos realçar o que nos aproxima. Aquilo que nos afasta deve ser guardado em uma gaveta, trancado e aberto apenas depois das eleições de 2014”, opinou.

Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), as críticas feitas por Amaral aos conselheiros econômicos de Marina são uma opinião pessoal dele e não expressam o conjunto do pensamento partidário. “E essa opinião isolada não significa que Amaral seja contra a aliança. Pelo contrário, ele tem sido um dos maiores entusiastas da parceria firmada entre Eduardo e Marina”, completou.

Rollemberg lembrou ainda que o PSB também tem conversado com alguns economistas próximos a Marina e que o partido – e o próprio Eduardo – sempre destacou a importância da estabilidade econômica obtida ao longo dos oito anos de governo Fernando Henrique. Socialistas e marineiros têm reconhecido o salto dado pelo país ao longo dos últimos 20 anos, com a estabilidade econômica tucana e a inclusão social petista.

O senador não vê outras opiniões dissonantes no partido. PSB e Marina fizeram, na última segunda, a primeira reunião formal para escrever o programa conjunto de governo que será apresentado ao longo da campanha presidencial de 2014.

ATRITOS REGIONAIS Na Bahia, onde esteve pela terceira vez em pouco mais de 15 dias, a presidente Dilma Rousseff minimizou ontem os atritos existentes nos estados entre PT e PMDB em torno da construção de alianças regionais. Em entrevista a rádios de Salvador, afirmou que a “política nacional” se impõe sobre arranjos locais e que “o que é regional tem que ser resolvido regionalmente”. “A política nacional do meu governo se sobrepõe a qualquer aliança regional. O que vale é a política nacional e a política de alianças nacional. Se houver problemas que podem interferir na aliança nacional, ele vai ser tratado como uma questão nacional, mas aí você tem que me dar o fato concreto. O fato concreto é que o que é regional tem que ser resolvido regionalmente”, disse a presidente.

Dilma afirmou ainda que “é óbvio que os partidos no Brasil não são homogêneos” e lembrou que a base de sustentação do governo inclui outras siglas afora o PMDB. “A aliança do meu partido, o PT, com o PMDB é muito importante para o governo federal. No entanto, não são só esses dois partidos que participam da aliança. Nós temos uma grande aliança partidária que sustenta o meu governo, seja do ponto de vista do parlamento, da governabilidade ou dando respaldo à gestão”, afirmou.

PT e PMDB enfrentam abalos na relação em alguns estados. Na Bahia, por exemplo, o PMDB, que faz oposição ao governo Jaques Wagner (PT), ensaia união com Democratas e PSDB para a eleição estadual. No Rio de Janeiro, o PT defende a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo, sinalizando rompimento com o PMDB do governador Sérgio Cabral e do vice Luiz Fernando Pezão, pré-candidato da situação à sucessão estadual.


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