O ex-motorista Josias Nunes de Oliveira, 69 anos, que chegou a ser indiciado pelo acidente que matou Juscelino Kubistschek reafirmou, nesta segunda-feira, que não houve colisão com o carro que levava o ex-presidente. Ele disse, durante depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que foi coagido na época a assumir que o ônibus que dirigia bateu no Opala de JK. Após ser inocentado pela Justiça, Josias tornou-se peça-chave no caso. No depoimento de hoje, ele contou que o delegado responsável pelo caso tentou convencê-lo a assumir a responsabilidade pelo acidente. Ele também relembrou que outros dois homens tentaram suborná-lo com uma mala de dinheiro. “Depois disso minha vida acabou. Simularam tinta no veículo em que estava o ex-presidente na lataria do ônibus e, com isso, fui indiciado pelo acidente”, contou aos parlamentares.
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O corpo do motorista de JK, Geraldo Ribeiro, enterrado no Cemitério da Saudade, em Belo Horizonte, foi exumado em 1996 e a perícia constatou que o fragmento metálico encontrado em seu crânio era um prego do caixão. No entanto, o fato levantou suspeitas e a especulação é que se trata de um projétil de bala, o que pode confirmar as hipóteses levantada de que se trata de um atentado. O Governo de Minas já acatou o pedido para que seja feita nova perícia no corpo de Geraldo.
Kubitschek morreu em agosto 1976 após um acidente de carro. O ex-presidente viajava de São Paulo para o Rio num Opala dirigido pelo seu motorista, Geraldo Ribeiro, que também morreu, depois de perder o controle e se chocar com uma carreta. Conforme a história conhecida e divulgada na época , Josias Oliveira dirigia o ônibus 1.348 da Viação Cometa que teria feito o motorista de JK perder o controle do Chevrolet Opala em uma curva da Rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ), e colidir de frente com uma carreta.
Os dois ocupantes do automóvel morreram. Juscelino tinha 73 anos. Dois anos antes do acidente, havia recuperado os direitos políticos cassados logo após o golpe militar de 1964 - ele era senador por Minas. A hipótese de atentado contra JK alega que o ex-presidente seria visto como “ameaça” por setores do regime e, por isso, teria sido “eliminado”.