Recém-chegado ao PMDB, o empresário Josué Gomes da Silva, presidente do Grupo Coteminas, já é apontado como um curinga na disputa eleitoral do ano que vem. Com o peso político de ser filho do ex-vice-presidente José Alencar (PMDB) e apadrinhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o executivo da indústria têxtil é cogitado por peemedebistas para vários cargos, desde a candidatura própria ao governo de Minas, passando por compor chapa com o PT, tentar um posto no Senado e até substituir Michel Temer na chapa encabeçada pela presidente Dilma Rousseff (PT).
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Com apoio de Lula, PMDB articula candidatura ao governo de Minas de filho de José AlencarAo se filiar ao PMDB, filho de Alencar nega candidaturaLula joga 'uma bomba" no colo do PT de MinasProfessora é reconhecida como filha de José AlencarJustiça de Minas confirma que José Alencar é pai de professora PMDB defende nome próprio para disputar governo de MinasDulci cobra apoio do PMDB ao PT na disputa pelo governo de MinasPMDB quer disputar a Presidência em 2018, diz RauppO presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes, reforçou a tese de Raupp. “Vamos juntos de qualquer forma, seja em dois palanques ou em um palanque. Mas nós vamos derrotá-los porque ninguém aguenta mais os tucanos em Minas”, conclamou o petista.
Disputa interna
A possibilidade de Josué ser o nome do PMDB para a candidatura própria causou ciúmes no partido. O senador Clésio Andrade (PMDB), que ontem mais uma vez se anunciou pré-candidato ao governo, não acredita que o empresário possa atrapalhar seus planos. “Muito pelo contrário. Ele fortalece e declarou que reconhece minha candidatura e que é também um nome para todos os cargos de que o PMDB precisar”, desconversou. Segundo ele, Josué poderia ser candidato ao Senado ou ainda postular a Vice-Presidência da República. “Sabemos que o processo político é dinâmico e pode se alterar”, argumenta Clésio, ao considerar que Michel Temer não está confirmado como companheiro de chapa de Dilma para a reeleição.
Josué elogiou o padrinho Lula, se dizendo agradecido pela maneira com a qual o ex-presidente tratou seu pai, José Alencar. “Lula sempre foi muito generoso com meu pai na campanha e no governo”, afirmou. Coube a Valdir Raupp minimizar a influência de Lula no xadrez político do PMDB, com o ex-presidente fazendo lobby para que o empresário companha chapa com o PT . “O PMDB é um partido independente e não vamos discutir com o ex-presidente Lula. O que temos é uma aliança nacional, que deverá ser mantida, mas os diretórios estaduais têm liberdade total para lançar suas candidaturas”, afirma.
Descontente
As boas relações entre PMDB e PT estão longe de ser uma unanimidade. Bem ao seu estilo, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) não poupou críticas ao aliados petistas, ao dizer que Lula fez uma aliança com o poder e negociou com o “capital vadio, capital improdutivo”. Ele condenou a forma como a economia tem sido conduzida pelo governo Dilma e reclamou do fato de o PMDB não estar se preparando para lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto em 2018. “Nós temos as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, mas não temos propostas”, lamentou.