A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quarta-feira que a espionagem feita pelo Brasil é diferente da praticada pelos EUA. Ela defendeu a prática brasileira e disse que todos os procedimentos foram feitos de acordo com a legislação. “E acho que não pode comparar o que a Abin fez em 2003 e 2004, até porque tem um lado dessa ação da Abin que, segundo eles, era contra inteligência, porque estavam achando que tinham interferências em negócios privados, negócios públicos no Brasil. Foi preventivo. Não levou a nenhuma consequência de espionar ninguém na sua privacidade”, disse. Sobre o cancelamento da visita aos Estados Unidos, a presidente controu que só seria possível viajar naquele momento, se fosse feito um pedido de desculpas, o que não ocorreu.
Sobre o cancelamento da vista aos EUA, que ocorreria no final do mês passado, a presidente afirmou que esperava um pedido de desculpas. Dessa forma ela acredita que evitaria que ela e o presidente norte-americano fossem expostos a novos constrangimentos. “Eu iria viajar. A discussão que derivou dessas denúncias nos levou à seguinte proposta para os Estados Unidos: só tem um jeito de a gente resolver esse problema. Se desculpar pelo que aconteceu e dizer que não vai acontecer mais. Não foi possível chegar a esse termo”, contou.
Apesar disso, Dilma disse que as relações com o país não foi afetada, apesar de dizer que não considera “adequada” a espionagem. “Não há interrupção nas relações comerciais, não há interrupção nas relações diplomáticas, não há interrupção em nenhum nível nas relações tradicionais entre Brasil e Eua. Agora, não é possível que entre países amigos, com relações estratégicas, não se leve em consideração que não é possível espionar a presidente ou a primeira-ministra. Não é adequado”, ponderou.