Jornal Estado de Minas

Aécio quer ampliar Bolsa-Família para pais empregados

Presidenciável apresenta novo projeto, que estende por seis meses pagamento do benefício a quem conseguir trabalho

Daniel Camargos

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, apresentou ontem projeto que estende o pagamento do Bolsa-Família por até seis meses para os pais incluídos no programa que encontrarem emprego com carteira assinada. O senador considerou o próprio projeto uma ousadia e entende que a iniciativa vai estimular que os beneficiários busquem um emprego. “Não acho que seja um custo, acho que é um estímulo, mesmo que eles tenham que receber o cartão durante seis meses. Ao contrário, porque depois desses seis meses, se ele se firmou no trabalho, obviamente não receberá”, avalia o senador.
As regras em vigor do programa suspendem o pagamento se o beneficiário conquistar emprego. O Bolsa-Família, que completou 10 anos e é uma das principais bandeiras do governo petista, foi iniciado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e continuado pela presidente Dilma Rousseff (PT), principal oponente de Aécio no pleito do ano que vem.

O senador voltou a classificar o programa como peça eleitoreira e instrumento para estatísticas oficiais. “Um dos problemas que constatamos é que pais de família, mesmo com uma oferta de trabalho, têm receio de amanhã eventualmente serem demitidos e terem que voltar ao programa e não conseguirem rapidamente sua reinserção”, disse. Para Aécio, falta ao Bolsa-Família estratégias para tirar em definitivo as pessoas da miséria e qualificá-las para entrar no mercado de trabalho.

Na semana passada, o senador mineiro apresentou outro projeto, com o objetivo de transformar o Bolsa-Família em programa de Estado, para que, na visão dele, fique “imune a manipulações políticas e eleitorais”. O projeto foi apresentado no mesmo dia em que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula comemoraram os 10 anos do programa, com críticas aos tucanos.

 “Para nós do PSDB, os programas de transferência de renda devem ser vistos sempre como ponto de partida, e não como compreende o PT, um ponto de chegada. Por isso, o estímulo a que aquelas famílias que recebem o cartão possam eventualmente se reintegrar no mercado de trabalho deve ser permanente”, disse o tucano ontem, na saída da sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. (Com agências)