Costa foi convocado para depor na comissão depois de a presidência da CPI ter derrubado uma liminar obtida pela Alstom na Justiça que a desobrigava de se apresentar ao colegiado de vereadores. A liminar caiu depois de o Tribunal de Justiça de São Paulo ter acolhido um recurso apresentado pelo presidente da CPI, vereador Paulo Fiorilo (PT).
Segundo a relatora, Silvia Meirelles, a manutenção da liminar faria com que a CPI adotasse uma linha incoerente de investigação, pois já foram ouvidos representantes de outras empresas que participaram de licitações junto com a Alstom.
Antes de anunciar uma pausa para reestruturar a agenda da sessão, Fiorilo disse que os membros comissão se frustraram com a ausência do presidente da Alstom. Para Amadeu, a multinacional não está colaborando com nada desde a obtenção da liminar para não comparecer à CPI.
A necessidade de ouvir o presidente da multinacional francesa foi reforçada, segundo integrantes da CPI, após o jornal O Estado de S. Paulo ter publicado reportagem sobre um e-mail enviado em 2004 pelo então presidente da Alstom, José Luiz Alquéres, a dirigentes da multinacional no qual "recomendava enfaticamente" os serviços do consultor Arthur Teixeira, apontado pelo Ministério Público como lobista e pagador de propinas a servidores de estatais do setor metroferroviário. No e-mail, Alquéres fala ainda em "amigos políticos" no governo de São Paulo.
A CPI dos Transportes foi instalada na Câmara após os protestos contra o reajuste do preço da tarifa de ônibus e do Metrô. Controlada pelo PT, a comissão passou a investigar também as suspeitas de cartel e propinas envolvendo o governo paulista, comandado pelos adversários do PSDB.