Diante de uma provável derrota do grupo da ministra, aliados não descartam a possibilidade de ela permanecer no governo federal. "A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) vai ser candidata ao governo do Paraná e há uma preocupação de como fica a retaguarda da equipe de Dilma. Há uma preocupação com o time que ficaria", disse o presidente estadual do PT em SC, José Fritsch, aliado de Ideli. Para ele, o cenário da disputa ainda está indefinido.
As sequelas do racha em Santa Catarina são monitoradas de perto pela cúpula do PT nacional. "Desse processo pode surgir uma alternativa que não é a convencional", afirmou o deputado Décio Lima (PT-SC). A "alternativa" pode até ser uma intervenção da nacional que apoiaria o nome "neutro" para o governo do Estado numa tentativa de apaziguar o ambiente deflagrado. Segundo Lima, o ex-presidente Lula e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, já informou que pretendem se reunir com integrantes do partido do Estado logo após o PED para tentar encontrar uma solução que não cause problemas para a candidatura à reeleição de Dilma. "Querem conversar depois do PED porque a engenharia política no Estado ainda preocupa", disse.
O curioso é que a situação de Gleisi, outra com assento no Palácio do Planalto, é oposta à de Ideli. No seu caso, a tendência é de que seu grupo político saia fortalecido do pleito com a reeleição do atual presidente estadual, Enio Verri, candidato da chapa "O Partido que Muda o Brasil". Uma vitória de Verri, que também conta com apoio de integrantes da cúpula nacional da legenda, como o vice-presidente da Câmara, André Vargas, deixa "a casa arrumada" para uma candidatura da ministra ao governo do Estado.
"São situações distintas. A Ideli passa por uma disputa interna enquanto que Gleisi deverá ser ungida. Houve trombadas lá trás e se ocorrer uma vitória do Vignatti deverá ser aberto, no mínimo, um processo de negociação", considerou o deputado André Vargas (PT-PR).