Em contraposição à presidente Dilma Rousseff, que disse ser um “absurdo” paralisar obras, como o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou esta semana, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), acusou ontem o governo federal de ser o responsável pelas deficiências apontadas por técnicos e ministros da Corte de fiscalização. Para Aécio – que cumpriu agenda política em Manaus, cidade governada pelo tucano Artur Virgílio Neto –, a gestão petista não tem “planejamento nem capacidade de execução” de projetos.
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Aécio contraria tucanos de SP ao defender Zona FrancaAécio quer estender a mineiros benefícios concedidos por Dilma a atingidos pela seca no NordesteAnastasia quer Serra como cabo eleitoral na campanha de AécioFuso horário faz Dilma embarcar para Lima apenas na segunda-feiraPara sustentar a crítica, Aécio listou obras inacabadas da gestão petista, como a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. “(A transposição) foi orçada em R$ 3,5 bilhões, já se gastaram R$ 4 bilhões, e não se sabe quando vai ser entregue”, disse. No mês passado, o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, disse que a previsão para concluir a megaobra é o fim de 2015. Em 2006, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que as águas do São Francisco estariam irrigando o sertão nordestino em 2010.
“O PT quer nos fazer crer que é natural planejar uma obra e apresentar um projeto absolutamente distante daquilo que vai ser executado. A paralisação dessas obras é fruto, na minha avaliação, da incapacidade de gerenciar do governo”, atacou o tucano, ao lado do prefeito Artur Virgílio Neto.
Aécio criticou mais uma vez as “privatizações atabalhoadas” do governo federal. “O PT passou 10 anos demonizando as privatizações, as concessões e as parcerias com o setor privado. E curva-se a elas no final do governo, mas de forma atabalhoada, apressada, e isso tem custado caro ao Brasil”, disse, referindo-se, principalmente, ao leilão do primeiro campo do pré-sal.
Isenção fiscal Aécio foi a Manaus participar da comemoração dos 35 anos de vida pública de Artur Virgílio Neto. O ato é um afago ao prefeito, que está incomodado com algumas lideranças do partido – em especial, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – que defendem mudanças nas regras da Zona Franca de Manaus. Assim, Aécio tenta garantir palanque no Amazonas para 2014.
Perguntado sobre o apoio do PSDB às isenções de impostos que beneficiam a Zona Franca, Aécio se disse favorável à manutenção dos benefícios fiscais. “Temos que respeitar essas posições individuais, mas a posição do PSDB. Com todo o respeito que eu tenho ao governo Geraldo Alckmin, o consenso do partido e de setores importantes do PSDB de São Paulo é o de fortalecer a Zona Franca. Vamos votar pela prorrogação dos incentivos e, mais do que isso, que a área se fortaleça e vire um polo exportador importante”, disse o senador. (Com agências)