Brasília - Estudo do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindilegis) obtido pelo Broadcast Político, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, aponta que, mantido o atual ritmo de nomeações e aposentadorias, o Senado terá até 2018 sete funcionários comissionados para cada três servidores efetivos. Na quinta-feira passada, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que pela primeira vez o número de comissionados, contratados por meio de indicação, superou o de efetivos no quadro funcional.
O Sindilegis enviou um ofício ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na quarta-feira da semana passada em que pede a nomeação de 292 pessoas aprovadas no último concurso. A entidade disse que, até o momento, não teve uma resposta da direção da Casa.
No discurso que fez em plenário, Renan disse que "as nomeações foram proibidas e mais 160 cargos foram bloqueados". Além de defender que os comissionados trabalham tanto quanto os efetivos, o presidente do Senado afirmou que o custo dos apadrinhados é sete vezes menor que os estáveis - de janeiro a setembro eles consumiram R$ 256 milhões em folha de pagamento contra R$ 1,8 bilhão.
O levantamento do Sindilegis aponta que, de janeiro a outubro deste ano, 235 servidores efetivos aposentaram-se do Senado, número superior aos 223 de todo o período do ano passado. O estudo projeta que 1.219 efetivos vão se aposentar até 2018. Esse dado leva em conta o fato de que o quadro funcional da Casa estar "envelhecido": 37% desses servidores (1.106 servidores) têm mais de 30 anos de tempo de serviço; 24% (718 pessoas) têm de 25 a 29 anos; 24% (718) têm 6 a 24 anos; e somente 15% (449), menos de 5 anos.
Para o presidente do sindicato, Nilton Paixão, a situação é de emergência, uma vez que servidores efetivos de áreas sensíveis do Senado, como o processamento de dados (Prodasen), a taquigrafia e a Secretaria-Geral da Mesa, estão se aposentando sem a devida reposição.
Paixão destacou que a nomeação de servidores efetivos é mais uma garantia de que o Estado não estará a serviço de "causas pessoais e partidárias". "Ambos são servidores, tanto os efetivos quanto os comissionados. Merecem o nosso respeito, mas é igualmente claro que a seleção do concurso público é mais democrática", afirmou. Ele disse que a atual gestão se contradiz em relação ao seu plano de metas dos 100 dias, que previa a recomposição dos quadros de efetivos na Casa.