Jornal Estado de Minas

Filho de José Dirceu compara prisão do pai à ditadura militar

No texto, o deputado compara a atual situação do pai ao período em que Jose Dirceu foi detido na ditadura militar

Agência Estado
O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, divulgou uma carta em seu blog na noite desta sexta-feira manifestando revolta com a prisão do pai - Dirceu se entregou ontem à Polícia Federal em São Paulo após o Supremo Tribunal Federal (STF) expedir mandatos de prisão para 12 dos 25 condenados no processo do mensalão.

No texto, o deputado compara a atual situação do pai ao período em que Jose Dirceu foi detido na ditadura militar. "Estou me sentindo como a minha avó se sentiu há décadas quando viu seu filho preso, torturado e expulso do país pela ditadura militar. É uma sensação de muita tristeza e preocupação", afirmou.
Zeca Dirceu também questionou o mérito do julgamento que condenou os réus do mensalão. "Falar que a prisão do ex-ministro José Dirceu foi resultado de um julgamento político, de exceção, pressionado pela grande mídia e que foi condenado sem provas, é quase uma obviedade. É discorrer sobre assunto que grande parte dos brasileiros já tem conhecimento", disse.

Veja a galeria de fotos das prisões dos mensaleiros

Em outro trecho, o deputado exaltou a vida política do pai e sua trajetória no Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo ele, José Dirceu está inconformado com a decisão da Justiça. "Estaria mentindo se dissesse que meu pai não está revoltado com toda esta situação", afirmou na carta. "Muitas vezes imagino que ainda pensa que pode acordar no meio deste grande pesadelo. Quem o conhece, sabe que ele não se conforma com injustiças".

Os réus e as condenações

Marcos Valério, empresário
Pena total: 40 anos, 4 meses e 6 dias
Cumprirá pena por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 3,06 milhões

Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B
Pena total: 12 anos, 7 meses e 20 dias
Crime: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Multa: R$ 263,9 mil

Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB-MG
Pena total: 6 anos e 6 meses
Crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Multa: R$ 828 mil

Jacinto Lamas, ex-assessor parlamentar do extinto PL
Pena total: 5 anos
Crime: lavagem de dinheiro
Multa: R$ 260 mil

Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Pena total: 12 anos e 7 meses
Crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato
Multa: R$ 1,316 milhão

Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1,5 milhão

José Roberto Salgado, ex-executivo do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1 milhão

Ramon Hollerbach, publicitário
Pena total: 29 anos, 7 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,79 milhões

Cristiano Paz, publicitário
Pena total: 25 anos, 11 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,53 milhões