Jornal Estado de Minas

Defesa de Genoino recorre a STF por regime semiaberto

Genoino começará a cumprir 4 anos e 8 meses de prisão por sua condenação por corrupção ativa

Agência Estado
A defesa do ex-presidente do PT e deputado federal licenciado José Genoino (SP) entrou há pouco no Supremo Tribunal Federal com um pedido para garantir a ele direito de ser preso em regime semiaberto. Na petição, anexada ao processo do mensalão, o advogado Luís Fernando Pacheco cobra que ele seja imediatamente colocado nesse regime e argumenta que ele não pode ser levado para a penitenciária da Papuda, em que há presídio em regime fechado.
“Cada minuto no regime fechado, quando ele foi condenado ao semiaberto, representa grave constrangimento ilegal”, disse Pacheco, que foi o primeiro defensor a recorrer à Corte contra prisão de um dos condenados no processo.

No momento, Genoino voa, juntamente com outros oito presos, de Belo Horizonte para Brasília num avião da Polícia Federal. Em seguida, eles devem ser encaminhados para a Papuda, principal penitenciária da capital do país.

Genoino começará a cumprir 4 anos e 8 meses de prisão por sua condenação por corrupção ativa. Terá de cumprir o regime semiaberto - no qual, com autorização da Justiça, poderá sair da prisão durante o dia e dormir na cadeia - por pelo menos 9 meses e 10 dias, correspondente a um sexto da pena. No ano que vem, o Supremo vai decidir se mantém a condenação dele por outro crime, o de formação de quadrilha, pelo qual foi condenado a 2 anos e 3 meses de prisão.

Veja a galeria de fotos das prisões dos mensaleiros

Mesmo se a condenação por formação de quadrilha for mantida pelo Supremo, Genoino terá direito a continuar no regime semiaberto. Isso porque somente os condenados com penas superiores a 8 anos são obrigados a começar a cumprir pena em regime fechado. A pena de Genoino, contudo, chega a 6 anos e 11 meses de prisão pelos dois crimes.

Os réus e as condenações

Marcos Valério, empresário
Pena total: 40 anos, 4 meses e 6 dias
Cumprirá pena por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 3,06 milhões

Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B
Pena total: 12 anos, 7 meses e 20 dias
Crime: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Multa: R$ 263,9 mil

Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB-MG
Pena total: 6 anos e 6 meses
Crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Multa: R$ 828 mil

Jacinto Lamas, ex-assessor parlamentar do extinto PL
Pena total: 5 anos
Crime: lavagem de dinheiro
Multa: R$ 260 mil

Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Pena total: 12 anos e 7 meses
Crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato
Multa: R$ 1,316 milhão

Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1,5 milhão

José Roberto Salgado, ex-executivo do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1 milhão

Ramon Hollerbach, publicitário
Pena total: 29 anos, 7 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,79 milhões

Cristiano Paz, publicitário
Pena total: 25 anos, 11 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,53 milhões