No dia 7 do mês seguinte, Barbosa aceitou o pedido e decretou "a proibição de ausentar-se do País, sem prévio conhecimento e autorização" do Supremo de todos os 25 condenados, entre eles Pizzolato. "Como consequência, determino a intimação destes réus para que entreguem seus passaportes, no prazo de 24 horas, a este relator, inclusive os passaportes obtidos em razão de dupla nacionalidade, ou seja, emitidos por estados estrangeiros", despachou o relator.
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Nove condenados que chegaram a Brasília seguem para a Superintendência da PFDefesa de Genoino recorre a STF por regime semiabertoForagido do País, Pizzolato será procurado pela InterpolCondenados do Mensalão ficam no Complexo da Papuda até definição dos locais das penas Protesto em frente à Superintendência da PF termina em confusão Simone Vasconcelos e Kátia Rabello tem cela separada no Presídio Feminino do DFDefesas de Dirceu e Genoino vão ao SupremoEste ano, Pizzolato novamente não esperou uma decisão do Supremo a respeito dos últimos recursos para deixar o País. Segundo o Estado apurou, ele teria deixado o Brasil há 45 dias, por terra, por Pedro Juan Caballero, no Paraguai. De lá, o ex-diretor do BB seguiu mais uma vez para a Itália. Suspeita-se de que na saída ele usou o passaporte europeu.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, disse compreender a "angústia" de Pizzolato em fugir do país, ainda mais quando se tem dupla cidadania. "Você pode exigir de alguém que coloque a cabeça na guilhotina? Não vamos excomungá-lo ou até tentar aumentar a pena dele", disse. Para o ministro, não há como o aparelho de Estado, inclusive a Polícia Federal, fazer a vigilância da fronteira de um país continental que tem 200 milhões de habitantes.
Marco Aurélio lembrou do caso do ex-banqueiro Salvatore Cacciola proprietário do falido Banco Marka e condenado no País por crimes contra o sistema financeiro. Com dupla cidadania, ele foi preso. Mas Cacciola mas ganhou uma liminar do ministro e viajou para a Itália em julho de 2000, via Uruguai. "Eu penso que a legislação italiana, semelhante à nossa, não defere extradição de nacional com dupla cidadania", disse, ao comentar que o ex-banqueiro só voltou preso ao Brasil em 2008, quando foi preso em Mônaco, de onde foi extraditado.
Há quem defenda que Pizzolato só poderia ser monitorado depois da expedição na sexta-feira à noite dos mandados de prisão, sob pena de sofrer constrangimento ilegal. Para outro ministro do Supremo, o "alongamento" do caso, que corre no Supremo desde 2005, leva a fugas como a do ex-diretor do BB. "É preciso melhorar esses aparatos de repressão, inclusive, quando a pessoa tem dupla cidadania", afirmou o ministro.
Os réus e as condenações
Marcos Valério, empresário
Pena total: 40 anos, 4 meses e 6 dias
Cumprirá pena por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 3,06 milhões
Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B
Pena total: 12 anos, 7 meses e 20 dias
Crime: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Multa: R$ 263,9 mil
Romeu Queiroz, ex-deputado do PTB-MG
Pena total: 6 anos e 6 meses
Crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Multa: R$ 828 mil
Jacinto Lamas, ex-assessor parlamentar do extinto PL
Pena total: 5 anos
Crime: lavagem de dinheiro
Multa: R$ 260 mil
Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil
Pena total: 12 anos e 7 meses
Crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato
Multa: R$ 1,316 milhão
Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1,5 milhão
José Roberto Salgado, ex-executivo do Banco Rural
Pena total: 16 anos e 8 meses
Crimes: lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 1 milhão
Ramon Hollerbach, publicitário
Pena total: 29 anos, 7 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,79 milhões
Cristiano Paz, publicitário
Pena total: 25 anos, 11 meses e 20 dias
Crimes: corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
Multa: R$ 2,53 milhões