Jornal Estado de Minas

PT prepara ato de desagravo contra as prisões de José Dirceu e José Genoino

Paulo de Tarso Lyra
O PT promete elevar o tom hoje na reclamação contra a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do deputado José Genoino (PT-SP), condenados no julgamento do mensalão. O Diretório Nacional do partido se reúne em São Paulo para debater a conjuntura política e econômica do país e os preparativos para o congresso da legenda em dezembro. Entretanto, deve fazer um novo desagravo aos companheiros detidos em Brasília. “O PT tem que reagir, o que estão fazendo com nossos companheiros é uma arbitrariedade”, protestou o deputado Carlos Zarattini (SP).
O parlamentar não integra o Diretório Nacional, mas é uma das vozes que se colocam como revoltada com a situação. “Dirceu e Genoino deveriam estar no regime semiaberto, mas estão no fechado, e nas piores condições possíveis. Isso é inadmissível”, completou.

Na sexta-feira, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou nota sobre o caso. Falcão classificou a antecipação dos pedidos de detenção como algo “casuístico e que fere o princípio da ampla defesa”.

Mas a nota foi considerada por alguns companheiros de legenda muito “light”. Atual secretário-geral do partido, o deputado Paulo Teixeira (SP) defende que seja discutido um pronunciamento um pouco mais incisivo no encontro de hoje. “A nota do Falcão foi importante, mas precisamos de algo mais forte neste instante”, defendeu Teixeira.

Discordância Há quem discorde, contudo, dessa avaliação. Para alguns integrantes da cúpula partidária, o PT não pode avançar além do que fez até o momento. “Estamos discutindo o mensalão desde 2005. Nosso debate político tem que avançar, precisamos virar essa página”, defendeu um deputado petista que não quis se identificar. Para esse parlamentar, o diretório poderá, sim, referendar a nota oficial divulgada pelo presidente do PT na sexta.