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Estado de Minas

Primeiro dia na prisão não teve privilégios para condenados do mensalão

No primeiro dia na penitenciária em Brasília, condenados cumpriram a mesma rotina dos demais presos: receberam a refeição que é servida no presídio e tiveram direito a banho de sol


postado em 18/11/2013 06:00 / atualizado em 18/11/2013 07:00

Deco Bancillon, Diego Abreu e Renata Mariz

Brasília – O tratamento recebido pelos nove condenados do mensalão que estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, não foi diferente do que é dispensado a outros detentos. Logo que chegaram ao presídio, no sábado à noite, José Dirceu, José Genoino, Marcos Valério, Delúbio Soares e outros cinco réus passaram pelo procedimento de recolhimento de roupas e de objetos, como cordões e anéis, que são proibidos no presídio. Depois, todos foram levados às celas do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde fizeram a primeira refeição. Alguns estavam sem apetite. No cardápio, não havia opções, pois cada um recebeu uma marmita padrão que é fornecida a todos os detentos da Papuda. O jantar teve arroz, feijão, carne, farofa e verduras.

Todos estão em uma ala especial do Pavilhão de Segurança Máxima, setor onde também ficam detidos ex-policiais condenados pela Justiça. O local é isolado e dispõe de 12 celas, sendo seis de cada lado, com capacidade total para 24 detentos. Cada xadrez tem um beliche e pode abrigar até dois presos.

Até ontem, esta ala contava com 18 pessoas presas e eram vigiadas por dois agentes federais. As celas não têm televisão, embora possam vir a ter desde que haja autorização judicial para isso. Na noite de sábado, as luzes se apagaram às 22h, conforme norma interna da Papuda. O café da manhã foi servido ontem às 8h. Sobre a mesa, pão, leite, café, biscoito doce e bolacha de água e sal.

Os presos tiveram direito ao primeiro banho de sol, mas a prioridade para horários mais cedo foi dos detentos que estão presos há mais tempo. Interlocutores não souberam informar quem quis aproveitar o sol da manhã de domingo, mas a informação é de que foram autorizados a ficar até duas horas ao ar livre dois réus por vez. O cardápio do almoço incluiu arroz, feijão, frango, legumes cozidos e macarrão.

Os detentos que cumprem a prisão decretada na sexta-feira pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, não teriam sido levados para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília em cumprimento a uma instrução normativa que estabelece que presos não devem passar mais de 24 horas em delegacias federais.

A solução encontrada pela PF foi levá-los para esta ala federal da penitenciária, onde os detentos aguardam uma ordem que definirá o local de cumprimento da pena de cada sentenciado. É provável que a definição ocorra hoje. Depois que a carta de sentença for emitida, eles poderão ser transferidos para outras alas da Papuda, próprias para presos do regime semiaberto e do fechado, ou ainda para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP).


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