A cúpula do PSDB, reunida em Poços de Caldas, no Sul de Minas, disse nessa segunda-feira que não comemora a prisão dos condenados por envolvimento no esquema do mensalão, mas criticou a postura de petistas ao pregarem que se tratou de um julgamento político. Segundo o presidente do partido e pré-candidato à Presidência, senador Aécio Neves, a postura do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino “não contribui para a democracia” e o Supremo Tribunal Federal (STF) agiu ao encontro do que pedia a sociedade.
Questionado sobre uma fala de Dirceu, que disse esperar que os direitos dos envolvidos sejam respeitados no chamado mensalão tucano, Aécio disse esperar a mesma atuação do STF. Segundo o senador, o que preocupava era o adiamento da punição. “Essas decisões foram tomadas pela Suprema Corte. Felizmente no Brasil as instituições democráticas são absolutamente sólidas. Se serviu para esse processo deve servir para todos os outros. Não há uma visão distinta nossa”, disse.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que os que hoje estão no poder não souberam honrar a confiança dos que votaram neles e se transformaram em “negocistas”. Ao dizer que a Justiça começou a ser feita no caso do mensalão, ele também criticou o fato de os petistas se colocarem como presos políticos. “Aqueles que foram alcançados por ela tentam transformar a Justiça em instrumento da sua própria história em nome de uma revolução que não fizeram. Em nome de ideais que não cumpriram, querem descumprir a Constituição que todos juramos”, afirmou.
Também presente ao encontro dos tucanos, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, ex-líder do PSDB no Senado, também disse que o mensalão não o alegra e condenou a posição de Dirceu e Genoino. Segundo ele, é deplorável que se coloquem como presos políticos, pois usam a mesma lógica que serviu ao ex-ativista italiano Cesare Batisti, que teve asilo concedido pelo governo brasileiro. Para o prefeito, trata-se de “alguém que simplesmente assassinou pessoas”.