Leia Mais
PT prepara ato de desagravo contra as prisões de José Dirceu e José GenoinoMinistro Marco Aurélio destaca que prisões são uma resposta à sociedade Presidente nacional do PT diz que prisões são casuísmo jurídicoDilma silencia sobre sentenças e prisões de mensaleirosAdvogado pede transferência de Romeu Queiroz para MinasHenrique Alves convoca reunião para debater caso GenoinoKátia e Simone tomam banho de sol na PapudaDilma diz ter ficado 'feliz' com libertação de ativistaDilma vê acesso à eletricidade universalizado até 2014Dilma mantém discrição e evita comentário sobre prisões de condenados do mensalãoA presidente apenas manifestou preocupação com o estado de saúde do deputado federal José Genoino, ex-presidente do PT, que sofre de problemas cardíacos e luta para migrar para a prisão domiciliar. Ele e Dilma compartilham médico. “O estado de saúde de Genoino é dramático”, comentou a presidente.
Embora não tenha citado nominalmente o deputado, o ex-presidente Lula também referiu-se aos companheiros de partido presos em Brasília afirmando que os condenados que têm direito ao regime semiaberto devem cumprir as penas nos termos definidos em lei. “Eu estou aguardando que a lei seja cumprida e, quem sabe, eles fiquem em regime semiaberto”, disse.
Lula conversou rapidamente com jornalistas ao deixar uma conferência sobre igualdade racial na Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo. Ele elogiou a nota divulgada pelo PT, na sexta-feira em que o presidente do partido, Rui Falcão, considerou que a prisão antes da análise dos embargos infringentes “constitui casuísmo jurídico e fere o princípio da ampla defesa”. O ex-presidente voltou a prometer que fará uma manifestação pública sobre o mensalão após a conclusão do julgamento. “Eu ‘tô’ dizendo para vocês há muito tempo que eu vou esperar o julgamento total, que eu tenho muita coisa a comentar e eu gostaria de falar sobre o assunto.”
O Diretório Nacional do PT passou o dia, nessa segunda-feira, reunido em São Paulo, e em uma longa nota, de quatro páginas, mencionou no 12º parágrafo o julgamento do mensalão, criticando a decisão do STF e o traslado dos presos de São Paulo para Brasília. Para a legenda, a operação da Polícia Federal pôs em risco a vida do deputado José Genoino. “O mandado de prisão expedido pelo presidente do STF, ao não especificar o regime de cumprimento das penas, além de propiciar um espetáculo indesejado e condenável, desrespeitou direitos dos companheiros e ainda colocou em risco a vida do deputado José Genoino, cardiopata recém-operado”.
Apesar da pressão de setores da esquerda petista, foi descartada a possibilidade de um pedido de impeachment de Joaquim Barbosa. Coube à bancada do PT na Câmara, presidida pelo deputado José Guimarães (CE), irmão de Genoino, os ataques mais incisivos a Barbosa. “Manifesto perplexidade e profunda contrariedade com as ilegalidades cometidas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na condução do caso dos réus da Ação Penal 470”, criticou.
Pivô leva vida reservada
Personagem inicial do escândalo do mensalão, o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho (foto), flagrado em vídeo recebendo – e guardando no bolso sem conferir – R$ 3 mil de propina em 2005, leva hoje uma vida reservada. Apesar de ter sido indiciado por corrupção passiva pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Correios e de responder a pelo menos uma ação penal em andamento na Justiça do Distrito Federal, ele segue em liberdade e morando no mesmo endereço, em área nobre da capital federal. Marinho evita falar sobre o assunto. “Pelo amor de Deus, não quero nem ouvir falar (em mensalão)”, disse ontem ao Estado de Minas. No vídeo de 2005, o ex-funcionário da ECT aparece falando que recebia dinheiro vivo em nome do PTB e cita o então deputado federal Roberto Jefferson (RJ). Ao se defender, Jefferson, pela primeira vez, denunciou o mecanismo de corrupção de parlamentares, o qual chamou de mensalão.