O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, criticou nesta terça-feira a transferência dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, para Brasília. As prisões de 12 réus foram decretadas na sexta-feira (15) pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa. Sete réus que se apresentaram em Belo Horizonte e outros dois que se entregaram em São Paulo foram transferidos, no sábado (16), em um avião da Polícia Federal. O único foragido é o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.
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Pizzolato pode escapar da pena do STF no julgamento do mensalãoSTF deve manter execução de penas dos condenadosProcuradoria-Geral da República pede que STF tome medidas sobre fuga de PizzolatoComitiva visita condenados e diz que clima é de revoltaEm apoio a Dirceu, grupo de Rainha faz mais invasõesMarco Aurélio assume presidência do TSE e critica manifestaçõesComeça a regalia dos mensaleiros presosDefesa pede ao STF que Genoino seja transferido para São PauloSobre a fuga de Henrique Pizzolato para a Itália, Marco Aurélio disse que é preciso “compreender a angústia de quem está condenado”. Pizzolato é considerado foragido pela Polícia Federal. O nome dele foi incluído na lista de procurados em mais de 190 países.
“É incito à pessoa tentar escapar, principalmente conhecendo as condições desumanas das nossas penitenciárias. Então, como ele tinha dupla nacionalidade, ele saiu do Brasil para se ver livre do que seria o recolhimento a uma das penitenciárias. Isso nós precisamos compreender”, disse o ministro do STF.
No sábado (16), um avião da Polícia Federal (PF) trouxe para Brasília nove condenados que se apresentaram em São Paulo e em Belo Horizonte. Sete réus apresentaram-se à Polícia Federal em Belo Horizonte (MG): José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural; o publicitário Marcos Valério; Kátia Rabello, ex-presidenta do Banco Rural; o ex-deputado federal Romeu Queiroz (PTB-MG); Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, ex-sócios de Marcos Valério; e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério.
Dois réus entregaram-se em São Paulo: o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-presidente do PT e deputado federal (SP) José Genoino.
Genoino e Simone Vasconcelos já pediram ao Supremo transferência para as cidades de origem.