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Estado de Minas

Ideli se explicará por escrito ao Congresso sobre uso de helicóptero da PRF

Comissão do Senado aprova requerimento que cobra esclarecimentos da ministra sobre uso indevido de helicóptero destinado a atendimento de urgência para visitar sua base eleitoral


postado em 20/11/2013 06:00 / atualizado em 20/11/2013 07:21

Em 25 de janeiro, Ideli embarca no helicóptero da PRF. Em pelo menos três dias em que ela usou a aeronove houve 52 acidentes (foto: Reprodução - 25/1/13)
Em 25 de janeiro, Ideli embarca no helicóptero da PRF. Em pelo menos três dias em que ela usou a aeronove houve 52 acidentes (foto: Reprodução - 25/1/13)
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, terá de explicar ao Senado por que utilizou o único helicóptero da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina conveniado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em deslocamentos para visitar suas bases eleitorais e reforçar sua imagem pública. Ontem, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) da Casa aprovou requerimento que solicita os esclarecimentos à ministra, que é pré-candidata do PT ao governo do estado. Ideli é investigada pelo Ministério Público Federal em Joinville e tem a conduta apurada pela Comissão de Ética da Presidência da República.

A ideia inicial do líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP), que apresentou o requerimento convidando a ministra, era chamá-la pessoalmente para explicar o caso em audiência na comissão. Mas, por entendimento com o líder do PT no Senado, senador Wellington Dias (PI), a medida foi substituída por um requerimento que solicita as explicações somente por escrito. Dias argumentou que, nesses casos, a praxe é pedir informações por escrito, independente de quem está no poder. Na justificativa do requerimento, o líder tucano cita as matérias publicadas pelo Correio Braziliense e afirma que o objetivo é “buscar informações que possam justificar essa utilização indevida de um bem público e o consequente abuso de poder”.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) se manifestou favoravelmente ao requerimento de Nunes. Na visão dele, a ministra deveria se explicar na comissão. Porém, ressaltou que, em se tratando de um acordo costurado com o líder do partido dele, era melhor respeitar a decisão conjunta. O debate em torno do assunto durou cerca de meia hora. Caso Ideli não convença os senadores por escrito, a oposição insistirá na presença dela no Senado.

No início de outubro, o Correio Braziliense revelou que Ideli intensificou sua agenda de missões oficiais em sua base eleitoral para turbinar suas aparições públicas na região. Para isso, a ministra viajava a bordo do helicóptero da PRF do estado, justamente a aeronave destinada à remoção de pacientes graves resgatados em acidentes e tragédias naturais. Em pelo menos três dias em que ela usou o helicóptero, houve 52 acidentes, com 73 feridos e dois mortos, nas rodovias de Santa Catarina.

Agenda incompatível

As ordens de missão para utilizar a aeronave indicaram que a ministra participou de eventos que não tinham relação direta com a função de articulação política desenvolvida por Ideli à frente da pasta. Foram entregas de casas, inauguração de obras, lançamento de projetos e até participação em formatura de bombeiros. A agenda da ministra mostra que ela participou de 35 eventos no estado somente nos últimos dois anos.

O helicóptero conta com uma maca, tubo de oxigênio e materiais de primeiros socorros. Porém, quando ficava à disposição de Ideli, a aeronave tinha os equipamentos retirados. Em sua defesa, a Secretaria de Relações Institucionais afirma que a aeronave é multifuncional e não fica destinada exclusivamente à remoção de feridos nas estradas.

Reparação a Jango ficou para hoje
Parlamentares adiaram para hoje a votação do projeto de resolução que anula a sessão do Congresso Nacional de 1º de abril de 1964, que declarou vaga a Presidência da República. Na ocasião, o então presidente João Goulart, pressionado pelo militares, viajou para o Rio Grande do Sul. Além do projeto, deputados e senadores analisaram seis vetos presidenciais a quatro projetos de lei e duas medidas provisórias na sessão de ontem do Congresso Nacional. No total, 59 senadores e 397 deputados votaram. Como a votação é feita por meio de cédulas impressas, o resultado só será conhecido após apuração pela Secretaria Especial de Informática do Senado.


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