Jornal Estado de Minas

Eduardo Campos anuncia hoje corte de até sete secretarias

Governador de Pernambuco faz reforma adminsitrativa a partir de janeiro de 2014, ano das eleições

Diário de Pernambuco
O governador Eduardo Campos (PSB) envia nesta quarta-feira à Assembleia Legislativa o projeto de lei para implementar uma nova reforma administrativa no governo a partir de janeiro, com redução e mudanças de seis a sete secretarias estaduais. No organograma da gestão, divulgado no portal do governo, constam 30 cargos com status de primeiro escalão, porém, dois deles (Gabinete do Governador e a Procuradoria Geral), não são vistos de fato como secretarias. A previsão, por isso, é que o número de pastas oficiais caia de 28 para 21. A mudança é uma forma de encaixar o discurso socialista de críticas ao excesso de ministérios do governo Dilma Rousseff (PT). São 39, ao todo.
A reforma foi desenhada pelo núcleo duro do governador, formado especialmente pelos secretários de Planejamento, da Casa Civil e de Administração, respectivamente Fred Amâncio, Tadeu Alencar e Décio Padilha. Os três passaram o dia de ontem reunidos com o governador, que havia voltado de São Paulo, onde teve encontro com empresários. O resultado do encontro não foi revelado à imprensa.

O que ficou certo, ao menos extraoficialmente, é que a Secretaria de Cultura não será mais anexada à pasta de Educação, como vinha sendo cogitado. A possibilidade foi vazada por socialistas, mas sofreu forte reação no meio cultural. O episódio também gerou atrito nas redes sociais entre o ex-secretário de Cultura do Recife - o petista Roberto Peixe - e o secretário de Imprensa do governo, Evaldo Costa.

Shakespeare

Peixe fez críticas à condução da cultura pelo governo, justificando que Pernambuco era o único estado no Brasil a não ter aderido, até hoje, ao Sistema Nacional de Cultura. Evaldo retrucou: “é impressionante como a leviandade pode gerar, como Shakespeare, tanto barulho por nada. Quem disse a Roberto Peixe que a Secretaria de Cultura seria extinta?”, indagou.

O redesenho do secretariado também gerou desentendimentos, recentemente, na Assembleia Legislativa, entre oposição e governistas. O deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) questionou, na semana passada, o porquê de a decisão estar sendo tomada só agora. “Estamos discutindo um redesenho no organograma em função de tarefas que já foram cumpridas e, ao nosso ver, diante da situação econômica geral, é importante que a gente faça este movimento (de reduzir)”, disse, na época, Eduardo Campos.

Segundo avaliação de um socialista, contudo, o governador não vai mexer em secretarias de cunho social para evitar desgastes políticos. Então, ele vai optar por extinguir pastas como a Secretaria da Copa e a Assessoria ao Governador, além da Articulação Social e Regional, esta última sendo absorvida pela Secretaria de Governo.

Nas apostas, há previsão de juntar Recursos Hídricos e Transportes numa única e superpasta - a Infraestrutura - enquanto as secretarias de Desenvolvimento Social e Trabalho seriam absorvidas, respectivamente, pelas pastas de Planejamento e Desenvolvimento Econômico. No enxugamento, contudo, uma das poucas coisas cogitadas foi a economia das mudanças para o estado.

Confira as secretarias que podem sofrer mudanças, ser extintas ou absorvidas por outras

Trabalho e Qualificação
Ana Cláudia Dias Rocha

Recursos Hídricos

José Almir Cirilo

Articulação Social e Regional

Aluísio Lessa

Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

Laura Gomes

Transportes
Isaltino Nascimento

Assessoria ao governador

Ariano Suassuna

Secretaria Extraordinária da Copa

Ricardo Leitão