Nomes que chegaram a ser citados entre os envolvidos no esquema do mensalão estiveram nesta quarta-feira, 20, com petistas presos no Complexo Penitenciário da Papuda pelo processo. O deputado federal José Mentor (SP) e o ex-deputado Pedro Rocha (PA) integraram uma comitiva de 26 integrantes do PT, com vários deputados, que visitou José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e Romeu Queiroz.
No dia em que os demais detentos do presídio receberam familiares e amigos no pátio dos prédios, o deputado Vicentinho (SP) contou que o encontro com os mensaleiros presos ocorreu na sala da diretoria da Papuda. "Como era muita gente nos encaminharam para essa sala", relatou.
Segundo o deputado Nelson Pellegrino (BA), as condições em que ocorreram as prisões foi o assunto principal do encontro. "O que nós notamos é um clima de revolta muito grande nas circunstâncias em que a prisão ocorreu, completamente ao arrepio da legislação, aos procedimentos que são procedimentos normais, totalmente ao arrepio de garantias mínimas e de procedimentos mínimos legais", relatou ao final, quando a van em que estava parte da comitiva parou para cumprimentar os militantes do partido acampados do lado de fora do presídio desde domingo.
Também compareceram ao complexo hoje o líder do PT na Câmara e irmão de José Genoino, José Guimarães (CE) e Antonio Carlos Biffi (MS). Lideranças petistas já afirmaram que manterão visitas regulares enquanto os petistas continuarem presos. Na terça-feira, outros parlamentares também visitaram o local. Nesta quinta-feira, é a vez da bancada do partido no Senado, que deve chegar pela manhã.
Bate-boca
Quando a maioria da comitiva já tinha deixado as tendas que a militância petista montou na pista de acesso ao presídio, a deputada Marina Sant'Ana (GO) se aproximou de pessoas que já aguardavam na entrada da Papuda para a visita desta quinta-feira - muitos familiares passam a noite na entrada para tentar garantir as primeiras senhas para passar pela revista e, assim, ficar mais tempo com o parente preso.
A deputada foi recebida com hostilidade e mal conseguiu explicar a movimentação causada pelos petistas presos. Enquanto contava da preocupação com a saúde de Genoino, a deputada foi ironizada pelos familiares dos demais presos, que disseram ter parentes também doentes no presídio, mas que precisam contar com a "boa vontade dos policiais para ir ao médico". "Não tem isso de passou mal, chamou doutor não", disse uma delas, que iria passar a noite na fila para visitar o marido amanhã. "Não acreditamos em deputado, senador, governador, nada disso. Não vamos ser corrompidas por um ou dois deputados que aparecem aqui porque tem gente importante presa lá", afirmou.