Os cinco médicos da Universidade de Brasília (UnB) que examinarão o deputado José Genoino (PT-SP) na tarde de hoje já chegaram ao Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), no Hospital das Forças Armadas (HFA). Essa junta avaliará, por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o estado de saúde do parlamentar e o resultado será usada como base para decisão do presidente da Corte. Há duas opções: conceder a prisão domiciliar ao deputado, licenciado do cargo por motivos de saúde, ou ordenar que ele volte a cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda. O ex-presidente do PT foi condenado pelo STF no caso do mensalão a 6 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, por formação de quadrilha e corrupção ativa.
Dirceu e Delúbio dormem em cama de concreto e se adptam à rotina da cadeia
Prestes a completar uma semana de prisão em Brasília, os petistas condenados no processo do mensalão estão se adaptando bem à rotina do Complexo Penitenciário da Papuda. Eles começaram a usar as roupas e os chinelos brancos, padrão no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), que tem capacidade para 793 detentos de regime semiaberto, mas abriga cerca de 1,5 mil. A superlotação, entretanto, não incomoda José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil) e Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT). Apesar de dividirem uma cela com Romeu Queiroz (ex-deputado do PTB) e Jacinto Lamas (ex-tesoureiro do PL, hoje PR), o espaço é uma espécie de antessala da ala especial da unidade.
O setor onde o grupo está fica logo na entrada do CIR, à direita da portaria, onde há um detector de metais. No corredor, há uma cantina e cômodos multiúso, que servem para audiências de presos com advogados e outras necessidades do presídio. O espaço dos mensaleiros tem rádio, tevê, chuveiro não elétrico e ventilador. A ventilação natural entra por uma janela basculante de cimento, que não fecha. As camas são de cimento acopladas à parede. Em cima de cada uma, colchões finos. O banheiro da cela tem vaso, uma raridade no presídio. Apesar de mais bem equipada que a média da cadeia, a cela é menos estruturada que as da ala especial.
Essa ala especial, que fica mais adiante no corredor dos mensaleiros, é destinada apenas a policiais e presos sem condenação definitiva que têm diploma de nível superior. As celas do local exibem condições melhores. São mais amplas, contam com cortinas e até com uma minicozinha. Já os mensaleiros estão se alimentando da comida — chamada de xepa entre os detentos — servida aos demais presos. Entre os agentes penitenciários, o comentário é que o quarteto se comporta bem, adotando procedimentos comuns na prisão, como andar de mãos para trás, além de ser educados ao se dirigir aos funcionários da cadeia.