O MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST) liderada por José Rainha Júnior, anunciou uma nova onda de invasões no oeste do Estado de São Paulo em apoio aos condenados no processo do mensalão. "Recebam as ocupações dos latifúndios improdutivos do Brasil como nossa homenagem", escreveu o líder em manifesto divulgado domingo, 24. Na "moção de solidariedade aos presos políticos do PT, vítimas da farsa jurídico-midiática do mensalão", o líder sem-terra afirma que ação penal é uma cortina de fumaça para esconder "os verdadeiros lesa-pátria e assim confirmar que os verdadeiros culpados estão livres e as cadeias foram feitas para os inocentes".
Faixas
Faixas estendidas na entrada dos acampamentos do MST da Base no oeste paulista pedem "liberdade aos presos políticos do PT", afirmando ainda que "José Dirceu, (José) Genoino e Delúbio (Soares) são inocentes: crime é não fazer a reforma agrária". De acordo com José Rainha, as faixas e a moção de solidariedade aos mensaleiros têm o apoio da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer), Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) e de sindicatos rurais ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na moção, os signatários afirmam que "a vitória da presidente Dilma será a resposta que o povo dará nas urnas".
A União Democrática Ruralista (UDR), que representa proprietários de fazendas, vai entrar esta semana com representações nos ministérios públicos estadual e federal contra José Rainha Júnior por incitar ao crime e desrespeitar a Justiça. De acordo com o presidente nacional Luiz Antonio Nabhan Garcia, ao conclamar nova onda de invasões, o líder sem-terra incita ao crime. "Além de ser um desrespeito ao estado de direito, invasão é crime", disse. Segundo ele, o MST da Base é uma "organização fora da lei" que usa de atos ilícitos para afrontar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).