O governador paulista, Geraldo Alckmin, endossou a crítica feita por seu partido contra a condução das investigações a respeito do cartel de trens no Estado de São Paulo, falando em "mentira e falsidade" e questionando o trabalho de investigação da Polícia Federal feita no momento da prisão dos petistas condenados no processo do mensalão. "Entendo que esse trabalho precisa ser feito de forma colaborativa e de forma séria, não querendo, no momento de mensalão, misturar as coisas com objetivo nitidamente político", criticou. "Nós somos os maiores interessados (na verdade), agora não é possível conduzir um processo dessa forma" disse Alckmin.
"Quero reiterar nossa disposição total de transparência, investigação e responsabilização de quem quer que seja. Agora, é preciso ter provas", disse Alckmin, nesta manhã, após evento no Palácio dos Bandeirantes.
"O que nos deixou estarrecido: primeiro, a mentira", disse Alckmin, afirmando que inicialmente se disse que quem teria encaminhado a denúncia à polícia federal foi o Cade. "Aí vem o presidente do Cade e diz: não encaminhei nada", emendou o governador. "Segundo, a falsidade", continuou o governador, afirmando que o documento é apócrifo, já que o suposto autor negou a assinatura. "Terceiro, um documento de 2008 quando é traduzido do inglês para o português é acrescentado, falsificado listando nomes, acusando pessoas e partido político", finalizou.
Alckmin questionou ainda "quem faz essas falsificações" e "a serviço de quem". "Hoje é uma injustiça contra um, amanhã é contra outro."
O governador disse que a cartelização "infelizmente" ocorre no mundo inteiro e reiterou que o Estado realizou todo o trabalho de investigação quando tomou conhecimento da situação. "Já estamos trabalhando para avançar nas investigações. O Estado é vítima", comentou Alckmin.