Nesta quinta-feira, algumas dezenas de pessoas promoveram um "farinhaço" na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os manifestantes espalharam farinha de trigo nas escadarias e na entrada da Casa, em referência à cocaína apreendida no helicóptero do deputado Gustavo Perrella (SDD), e pediram segurança para os quatro presos com a droga. Após o protesto, a Assembleia divulgou nota informando que a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar do Legislativo mineiro vai realizar "todas as apurações necessárias" sobre o caso.
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Piloto de helicóptero dos Perrella disse à PF que 'imaginava' estar transportando drogasDeputado Gustavo Perrella vai prestar depoimento à Polícia FederalAdvogado de piloto afirma que Gustavo Perrella sabia sobre voo Piloto envolvido em tráfico de drogas é funcionário da Assembleia de Minas Gustavo Perrella recebe apoio de deputados na Assembleia e diz que foi vítimaAnac abre processo para investigar drogas em helicóptero de deputadoPartido de Gustavo Perrella vai esperar laudo da PF para discutir possível puniçãoAécio diz que Gustavo Perrella 'tem que se explicar'ALMG vai investigar uso de verba pública para pagar combustível do helicóptero de PerrellaVerba do Senado pagou combustível de helicópteroAs medidas anunciadas nesta quinta-feira pela Mesa Diretora da Assembleia ainda inclui a suspensão do reembolso dos valores gastos com combustíveis de aeronaves. As medidas foram tomadas após a repercussão negativa da apreensão do helicóptero de Gustavo Perrella com mais de 440 kg de cocaína no Espirito Santo, no último domingo.
O piloto da Aeronave Rogério Almeida Antunes, além de trabalhar na Limeira Agropecuária - empresa comandada pelo deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG) -, também era lotado na secretária presidida pelo deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT), onde recebia o valor de R$ 1.700 mensais. O emprego teria sido dado a Rogério a pedido de Gustavo.
Apreensão
No domingo de manhã, o helicóptero foi visto sobrevoando a fazenda, localizada próximo ao município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, e depois desapareceu. A polícia acionou reforços do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo, mas só depois conseguiram flagrar a aeronave em uma clareira, depois que um policial subiu em uma árvore alta.
Devido à grande quantidade de droga apreendida, a PF foi acionada pela PM. Além dos 400 quilos de cocaína, foram recolhidos R$ 18 mil em dinheiro. Foram presos o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, que é natural de Campinas, São Paulo, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37.
Os suspeitos estão presos e ficarão à disposição da Justiça. Se condenados, podem pegar de 3 a 15 anos por tráfico de drogas, 3 a 10 anos por associação ao crime de drogas e ainda ter um aumento de pena em 2/3 por tráfico interestadual.
Com Agência Estado