A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai apurar se a viagem do helicóptero da empresa agropecuária do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), apreendido com 443 quilos de cocaína, foi feita com combustível custeado pela Casa, por meio da verba indenizatória. Segundo o presidente da comissão, deputado Sebastião Costa (PPS), será feito um ofício ao departamento de contas da Assembleia para saber se houve reembolso de combustível para aeronave este mês. A informação será cruzada com dados da Polícia Federal dos dias em que a aeronave viajou com a droga.
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Dilzon Melo se reuniu nessa quinta-feira com manifestantes que tiveram como principal reivindicação a instauração de uma CPI para investigar Gustavo Perrella. Durante a manifestação na porta da Assembleia, que reuniu cerca de 50 pessoas, foi espalhada muita farinha branca pelas escadarias, em alusão a cocaína.
Testemunha
A Polícia Federal de Minas está providenciando a intimação do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), de sua irmã Carolina Perrella, e um sobrinho André Almeida Costa, sócios da empresa Limeira Agropecuária, proprietária do helicóptero Robson 66 apreendido no domingo, no interior do Espírito Santo. A PF não confirma se já conseguiu cumprir a missão, de acordo com a assessoria de imprensa, mas Gustavo Perrella tem a prerrogativa de escolher o local e a hora de seu depoimento. Segundo carta precatória enviada a Minas pelo delegado Leonardo Damasceno, da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) daquele estado, o parlamentar vai ser ouvido apenas como testemunha.
Nessa quinta-feira, Damasceno, responsável pela investigação, informou que a PF já identificou o dono do terreno onde a aeronave pousou e que não existe qualquer relação com a família Perrella. Segundo ele, a apreensão de drogas teve início com a investigação a partir da constatação da compra de um terreno com valor superfaturado naquela região, mas que, de acordo com as primeiras apurações, não existe uma ligação direta entre os dois fatos.
O delegado Damasceno disse que depende de uma perícia no GPS da aeronave para apurar a origem da droga e como ela entrou no Brasil. "Sabemos que a aeronave deixou São Paulo, passou por Minas e depois se deslocou ao Espírito Santo, mas não sabemos onde a cocaína foi adquirida. Também não sabemos como ela deixaria o estado e qual o seu destino. Dependemos da perícia que deve consumir, no mínimo, 30 dias", afirmou Damaceno. Além desse laudo, o delegado espera a conclusão da perícia em telefones celulares, aeronave e veículos apreendidos durante o cerco policial para esclarecer pontos ainda obscuros sobre o caso.