O deputado Gustavo Perrella (SDD) vai contar com a paciência de seu partido até que as investigações da Polícia Federal - sobre os 443 kg de cocaína flagradas dentro do helicóptero do parlamentar -, sejam concluídas. Para o presidente da legenda, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, as denúncias veiculadas nos jornais e os depoimentos prestados agora não mostram o envolvimento de Perrella. “O partido não tomará qualquer posição baseada unicamente nas reportagens dos jornais. Nenhuma das notícias veiculadas até o momento, nem mesmo o depoimento dos envolvidos no incidente, aponta o envolvimento do deputado estadual por Minas Gerais, Gustavo Perrella”, afirmou, através de nota.
Ainda conforme Paulinho, Gustavo figura, até o momento, “unicamente como proprietário da aeronave” e não é alvo de investigação. “O partido aguardará a conclusão da investigação sob pena de promover julgamento sumário”, informou. Segundo carta precatória enviada a Minas pelo delegado Leonardo Damasceno, da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) do Espírito Santo, onde está sendo conduzida a investigação, o parlamentar vai ser ouvido apenas como testemunha.
No último domingo, o helicóptero pertencente à Limeira Agropecuária – empresa de Gustavo Perrella -, foi flagrado pela polícia com uma carga de 443 kg de cocaína, quando aterrissou em uma fazenda no município de Afonso Claúdio, no interior do Espírito Santo. Devido à grande quantidade de droga apreendida, a PF foi acionada pela PM. Além da droga, foram recolhidos R$ 18 mil em dinheiro. O piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, que é natural de Campinas, São Paulo, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37, foram presos.
O piloto Rogério Almeida Antunes, além de trabalhar com a aeronave de Gustavo, também era funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ele foi exonerado na terça-feira. Além disso, revelações da imprensa mostraram que Perrella teve valores de aproximadamente R$ 14.000,00 - gastos com combustível da aeronave -, reembolsados pela Casa. Com isso, a Mesa Diretora do Legislativo estadual mineiro decidiu que os gastos dos parlamentares com custeio de aeronaves não serão mais restituídos. A Comissão de Ética também vai apurar o caso e a Procuradoria-Geral da Assembleia vai acompanhar o andamento das apurações feitas pela Polícia Federal (PF).