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Estado de Minas

Aécio cobra de Cardozo explicações sobre entrega de documentos supostamente falsificados à PF


postado em 30/11/2013 06:00 / atualizado em 30/11/2013 07:33

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse ontem que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve explicações sobre a investigação de suposto cartel que operaria no setor de trens e metrôs do governo paulista, administrado pelos tucanos. "Eu estou achando meu amigo ministro um pouco nervoso, era mais fácil ele ir ao Congresso se explicar", disse ele, durante almoço no Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo, na capital paulista. O senador afirmou que o PT é "useiro e vezeiro" na produção de dossiês contra adversários. O PSDB chegou a pedir o afastamento do ministro da pasta.

“O PT é useiro e vezeiro dessa historia de dossiê para acusar adversário quando vëm chegando as campanhas eleitorais. Há um histórico aqui de aloprados, dossiê Caymã, lista de Furnas e de tantos outros. É sempre uma coisa que anda ali pelo submundo. Então, obviamente, temos de nos prevenir. Estamos pedindo esclarecimentos. Não há razão para tanto nervosismo do meu amigo ministro Eduardo Cardozo”, disse Aécio, em entrevista coletiva.

O PSDB acusa o ministro de agir politicamente por considerar que os documentos, entregues à Polícia Federal (PF) pelo deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT-SP), foram alterados durante a tradução do inglês para o português de uma carta anônima endereçada à direção da Siemens na Alemanha que denuncia práticas ilegais da empresa no Brasil. O documento consta do inquérito da PF sobre o caso. Cardozo nega qualquer tradução feita de forma a prejudicar inimigos do governo e diz estar sendo criticado por cumprir a lei e ameaçou processar os dirigentes do PSDB pelas acusações de uso eleitoral das denúncias.

Para o presidente do PSDB, o ministro perdeu a capacidade de liderar as investigações sobre o caso. Aécio ponderou, contudo, que a decisão sobre a saída dele cabe à presidente Dilma Rousseff. O presidente do PSDB disse que Cardozo "precisa ter serenidade" e não pode usar o cargo para proveito do PT. “Agora ele está numa instituição de Estado. E não pode se permitir que instituições de Estado estejam a serviço de um projeto político", acusou.

Cade O senador criticou o que chamou de "vazamento seletivo" de trechos da denúncia encaminhada pelo ministro à PF e disse ainda que o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho, está sob suspeição por ter omitido na sabatina do Congresso que tinha sido chefe de gabinete do deputado petista Simão Pedro. O Cade vai investigar a denúncia de cartel. “Acho que o Cade tem de cumprir os ritos republicanos, que, infelizmente, o presidente do Cade não cumpriu quando foi submetido a uma sabatina da qual participei no Congresso Nacional. No momento em que o presidente do Cade omite sua vinculação com o parlamentar do PT, coincidentemente o mesmo que está por trás da entrega desses documentos falsificados, a meu ver ele perde muita credibilidade”, disse Aécio, considerando que foi "desproporcional, para menos" a censura feita a Carvalho pela Comissão de Ética Pública da Presidência. Ele afirmou que os culpados pelos desvios devem ser punidos mesmo se forem do PSDB, mas defendeu os nomes citados, principalmente o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), citado no documento traduzido. (Com agências)

PT defende ministro

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), são vítimas de uma tentativa de manipulação do caso envolvendo as investigações do cartel que atuou em licitações do transporte público em São Paulo. Para Falcão, a acusação do PSDB contra petistas antecipa o "clima" da campanha eleitoral do ano que vem. "O ministro da Justiça, após receber uma denúncia de um deputado do PT de São Paulo, cumpre seu dever constitucional, encaminha a denúncia à Polícia Federal. Agora transformam isso em alvo de disputa política, acusando o ministro de manipular informação, acusando o deputado, que nem fala inglês, de fazer uma tradução adulterada", disse ele, que ainda defendeu o direito de Cardozo de processar quem o acusou.


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