O líder do Solidariedade (SDD) na Câmara dos Deputados, deputado federal Fernando Francischini (PR), pediu ao presidente do partido, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), o afastamento do deputado estadual Gustavo Perrella da legenda, até a conclusão do inquérito da Polícia Federal sobre a apreensão, no domingo, de 443 quilos de cocaína no helicóptero da empresa de agronegócio do parlamentar. O presidente da legenda, no entanto, informou por meio de nota que a sigla não tomará nenhuma posição até o fim das investigações.
A presidência do partido, contudo, considera que Perrella está sendo ouvido apenas como testemunha no inquérito. “Nenhuma das notícias veiculadas até o momento, nem mesmo o depoimento dos envolvidos no incidente, apontam o envolvimento do deputado estadual por Minas Gerais, Gustavo Perrella. Tendo em vista que o parlamentar mineiro figura unicamente como proprietário da aeronave e testemunha do episódio, não sendo sequer investigado, o partido aguardará a conclusão da investigação sob pena de promover julgamento sumário”, diz a nota.
Aeronave
Este foi exatamente o ponto reforçado pelo advogado de Perrella, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em conversa com o presidente da legenda, reforçando que o deputado não é investigado. Segundo ele, Paulinho da Força garantiu que não irá afastar o parlamentar. Ainda segundo Kakay, “tudo foi esclarecido” no depoimento que Perrella deu à PF na noite de anteontem, em Belo Horizonte. O parlamentar, intimado como testemunha, negou que soubesse do transporte da droga. Kakay acrescentou que será pedida à PF a restituição do helicóptero. Segundo ele, só em caso de propriedade de traficante a aeronaves apreendidas com drogas são leiloadas.
O piloto do helicóptero que transportava a cocaína, Rogério Almeida Antunes, admitiu à PF que os patrões não sabiam qual era a carga.