Portadores de baixa visão também não contam com o auxílio de piso podotátil para orientar seu deslocamento e o acesso aos trens. Da mesma forma, a segurança não parece ser uma das principais preocupações da estação, já que dois extintores de incêndio se encontravam despressurizados, ou seja, não seriam efetivos no combate a chamas. Um terceiro equipamento, de pó químico, específico para apagar o fogo causado por equipamentos elétricos e cuja presença nas dependências do metrô é obrigatória, não estava sequer pendurado na pilastra que tinha a etiqueta que alerta para a presença do equipamento.
Várias outras estações apresentaram deficiências de segurança como essa. Na de Santa Inês, na Região Leste de BH, os dois compartimentos para mangueiras de combate a incêndio das plataformas estavam vazios. Na Estação São Gabriel, que faz integração com os sistemas de ônibus municipais e metropolitanos e onde será feita a integração com a futura rodoviária da capital mineira, também faltam equipamentos e há falhas na operação que causam insegurança. Uma das mangueiras de combate a incêndio não estava na caixa de metal reservada para o equipamento.
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Por cinco anos, Metrô de Belo Horizonte fez repasses de recursos ao sistema de RecifeGestora pública do metrô em BH acumula prejuízo de R$ 14 miDilma vai liberar R$ 2,09 bi para o metrô de FortalezaGoverno investe R$ 50 bi em metrôs, calcula DilmaOrdem no metrô de BH era economizar para sobrar dinheiro para RecifeO próprio relatório produzido no ano passado pela Metrominas, empresa formada pelo estado e pelas prefeituras de BH e Contagem para implantar e operar o metrô, afirma categoricamente que todas as estações terão de sofrer adaptações, sendo “necessária sua atualização. Para melhorar o equipamento e o desempenho da Linha 1 do Metrô BH, a execução de intervenções planejadas, mas ainda não implantadas, é imprescindível”.
Memória
Antiga linha de carga
O metrô de BH foi implantado em agosto de 1986 e ainda tem apenas uma linha, a Vilarinho-Eldorado, construída a partir do leito da antiga linha de carga existente desde a fundação de Belo Horizonte, que cortava a cidade de leste a oeste. De acordo com o diagnóstico da licitação para a parceria público-privada feita pela Metrominas, “essa limitação no traçado básico, somada ao fato de as estações terem sido construídas, sem considerar o planejamento urbano, em locais inadequados e sem continuidade com o tecido urbano adjacente, gera problemas de acessibilidade para a população em geral e, principalmente, aos portadores de necessidades especiais”. Nesses 27 anos, melhorias foram agregadas à Linha 1, como a implantação das estações Vila Oeste e a Minas Shopping, modificações de concepção da Estação José Cândido e extensão da linha até o Vilarinho.