A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) votará nesta semana o polêmico projeto que extingue o Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais (Funpemg). O Projeto de Lei Complementar 54, já aprovado em primeiro turno, recebeu na última quinta-feira duas emendas propostas pelo governo de Minas e será novamente avaliado pela comissão. A primeira mudança prevê a criação de um novo fundo, que ficará responsável pelas aposentadorias e pensões dos servidores que ingressarem na administração estadual a partir de 2014, chamado de Fundo Previdenciário de Minas Gerais (Funprev). Outra alteração inclui no texto a proposta de criação de um Conselho Executivo, que terá a participação dos servidores, para garantir transparências nas decisões sobre os fundos previdenciários.
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Extinção do Fundo de Previdência é aprovada em 1º turno na Assembleia de MinasMudanças do regime de previdência dos servidores de MG começam a ser analisadas Base do governo na Assembleia agiliza nova previdênciaLíder do governo na Assembleia de Minas faz esforço para votar PrevidênciaProposta de fusão dos fundos de previdência é aprovado na Assembleia de MinasAssembleia de Minas elege hoje presidente da Comissão de Ética da CasaA implementação da previdência complementar – que estabelece um teto de R$ 4.159 para as aposentadorias de futuros servidores e cria uma fundação que vai administrar o fundo complementar – está no projeto de Lei Complementar 53, que também deve ser avaliado pelos parlamentares nos próximos dias. “A partir do momento em que o governo federal instituiu a previdência complementar em 2012, os estados foram orientados a agir da mesma forma. Tanto a União, quanto São Paulo, Rio de Janeiro e vários outros estados estão criando esse regime. Com isso, não faria sentido termos, além da previdência complementar, o Funpemg para aqueles que ingressaram a partir de 2002. Estamos fazendo uma fusão sem nenhuma perda para os servidores”, afirmou Renata.
Segundo o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini, a mudança é fundamental para garantir sustentabilidade ao regime previdenciário no estado, que no futuro poderá reduzir os gastos feitos com o pagamento das aposentadorias e pensões. “Sem a capitalização dos novos servidores que entrarem a partir do ano que vem, o estado estaria eternamente garantindo as aposentadorias e com custos cada vez mais altos. Com essas mudanças, que são importantes para a previdência do país de forma geral, os fundos poderão se equilibrar aos poucos, até que no futuro os antigos fundos se extinguirão”, avalia Colombini. Hoje, são gastos cerca de R$ 8 bilhões anualmente para pagar as aposentadorias e pensões dos servidores no estado. Desse total, cerca de R$ 2 bilhões são pagos por meio das contribuições dos servidores e recursos patronais. O governo estadual completa o montante com R$ 6 bilhões.
DÚVIDAS Representantes dos servidores acompanham o tema com apreensão e continuam questionando as mudança propostas, criticando principalmente a possibilidade de que, no futuro, planos deficitários possam prejudicar o pagamento das aposentadorias. O presidente do sindicato dos servidores, o Sindipúblicos-MG, Geraldo Henrique, cobrou uma negociação maior com os representantes dos servidores para que as mudanças fiquem mais claras. “O Funpemg recebeu recursos de muitos servidores e quando se fala em extingui-lo surge um grande receio por parte dos trabalhadores. A questão nos pegou de surpresa e estamos tentando reverter esse quadro na Assembleia, mesmo sabendo que será muito difícil. Seria fundamental ter uma discussão mais ampla sobre esse assunto”, alerta Geraldo.
Para o relator do projeto, deputado Zé Maia (PSDB), o texto pode enfrentar nova resistência na votação desta semana por parte dos parlamentares de oposição, repetindo a longa sessão que aconteceu na semana passada – quando a reunião da comissão começou às 9h da manhã e o projeto só foi votado às 2h da madrugada –, mas deverá ser aprovado pela maioria. “É uma matéria polêmica, já que envolve muitos servidores. Mesmo com várias discussões, longas reuniões e encontros, muitos ainda não compreendem como o novo sistema funcionará. Mas posso garantir que não haverá qualquer tipo de perda para eles, as aposentadorias estão garantidas e o novo regime é necessário para o futuro das contas públicas no estado e no país”, afirmou Zé Maia.