Ao responderem na semana passada à enquete da reportagem, que perguntou aos 32 partidos do Brasil se eles filiariam o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, para lançá-lo candidato a algum cargo eletivo no ano que vem, os nanicos responderam com empolgação. A maioria dos dirigentes afirma que ter Barbosa como correligionário seria um “sonho” ou “uma grande aquisição”.
O presidente do PRTB, Levy Fidelix, o homem o aerotrem, afirma que também quer Barbosa na sua legenda. Mas, como é pré-candidato a presidente, diz que o presidente do Supremo seria um ótimo vice em sua chapa. “Seria um reforço tremendo. Nossa chapa ficaria muito forte e tenho certeza de que venço a disputa”, afirma. Fidelix diz que, se Barbosa “batesse o pé”, até cederia a vaga de candidato principal. “Não é por isso que vamos brigar”.
‘O que quiser’
Divinomar do Nascimento, tesoureiro do PTC, diz que Barbosa seria “uma grande aquisição”. Antonio Neto, secretário nacional do PRP, disse que o ministro do Supremo poderia ser o que quisesse na sigla. “Ofereceremos legenda a ele com absoluta certeza para o que ele quiser ser: presidente, vice-governador ou senador”. Telma Ribeiro, presidente do PMN, declarou: “Claro que daríamos legenda para ele”. O deputado Luiz Tibé (MG), afirmou: “O PT do B está aberto a Joaquim Barbosa”.
As “declarações de amor” dos partidos nanicos ao presidente do presidente do Supremo não são correspondidas pelo magistrado. Em maio, durante uma palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Barbosa afirmou que existem no País “partidos de mentirinha”. Não foi uma referência aos partidos pequenos, mas a todo o quadro brasileiro.
“Temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso, a não ser em casos excepcionais. Eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum dos partidos. E tampouco seus partidos e os seus líderes partidários têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder.”