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'Não posso ser engavetador de denúncias', diz CardozoAníbal reassume mandato na Câmara para participar de audiência com CardozoCardozo fala nesta terça-feira na CCJ sobre investigaçãoO líder do PSDB disse que não foi esclarecido o episódio envolvendo documentos atribuídos a um ex-diretor da Siemens - revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" - de que políticos do PSDB e do DEM estariam envolvidos em um esquema de recebimento de propina relativo ao cartel de metrô. "Ainda há muitas dúvidas a serem esclarecidas", afirmou.
Respeito
O ministro da Justiça elogiou a atuação dos senadores oposicionistas que o questionaram. Na semana passada, integrantes do PSDB chegaram a cobrar a demissão de Cardozo, sob o argumento de que ele não teria agido de forma isenta no episódio.
O ministro disse mais uma vez ter feito o encaminhamento da papelada apócrifa à Polícia Federal nos estritos termos da lei. "Como foi um depoimento em que as pessoas foram técnicas e buscaram saber a verdade, foi possível expor detalhadamente tudo aquilo que aconteceu sem a politização, sem se transformar o depoimento numa cena de disputa partidária, o que seria muito ruim para todos", afirmou.
Cardozo disse que "não precisa xingar alguém", chamá-lo de "bandido" ou "vigarista" para discordar dele. "Eu posso discordar sendo respeitoso. Eu acho que isso é próprio de um parlamento numa sociedade democrática. Contundência, critério, rigor na arguição, mas com respeito", completou.
O ministro disse esperar o "mesmo nível" de tratamento nesta quarta-feira na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Citado nos documentos, o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, deve reassumir o mandato de deputado federal para participar da audiência. "Eu fui deputado muitos anos, confio na Câmara dos Deputados e confio que o clima de respeito que houve no Senado será também colocado na Câmara dos Deputados", disse.