O senador Zezé Perrella (PDT-MG) saiu em defesa do filho, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), no escândalo da apreensão pela Polícia Federal de um helicóptero que transportava 443 quilos de cocaína. A aeronave, de uma empresa que foi fundada por ele e tem como sócio seu filho, foi apreendida há duas semanas pela Polícia Federal no interior do Espírito Santo.
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Em defesa de Gustavo, Zezé Perrella disse que o piloto, ao depor na PF, disse que seu filho não sabia de "absolutamente nada" sobre o que estava sendo transportado na aeronave. Ele afirmou ainda que o piloto, que foi exonerado do gabinete do deputado estadual, foi cooptado pelo copiloto, que não era funcionário da empresa da família. Os dois dividiriam R$ 104 mil, dos quais R$ 60 mil ficariam com o piloto e o restante com o copiloto.
O senador do PDT ressaltou ainda que o delegado que conduz as investigações do caso disse que seu filho "não constava sequer como suspeito". Mas, segundo Perrella, reportagens começaram a explorar ligações contra o deputado e até ele próprio. "A imprensa quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar", criticou, ao dizer que jamais imaginaria que iria à tribuna para tratar de um assunto que o deixasse "tão triste".
Sem citar os veículos, Zezé Perrella disse que chegaram a sugerir que o "voo maldito" pode ter sido abastecido com recursos da cota parlamentar do seu filho. Ele defendeu-o, dizendo que Gustavo usou em todo o ano R$ 14 mil e que o último ressarcimento da verba indenizatória ocorreu em outubro, portanto, antes da apreensão da droga. O pedetista afirmou que ele poderia usar até R$ 20 mil por mês. "Se está errado, que se mude o regimento.
Ao final do discurso, o senador do PDT foi questionado por jornalistas se iria se pronunciar sobre a investigação aberta pela Anac para realizar fretamento. O órgão informou que o helicóptero não tinha autorização para prestar esse tipo de serviço. Ele não quis comentar, dizendo que tudo o que tinha a falar foi dito da tribuna.