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Cardozo diz que não haveria razão para blindar o Cade'Não posso ser engavetador de denúncias', diz CardozoAníbal reassume mandato na Câmara para participar de audiência com CardozoCâmara analisa MP que destina R$ 422 milhões da União para Minas Gerais MP quer que inquérito do cartel de trens fique em SPEscândalo do cartel supera o do mensalão, diz CarvalhoCardozo, por sua vez, se limitou a pedir que denúncias sejam encaminhadas a ele para que repasse o pedido de investigação à PF. Afirmou ainda que o acordo firmado entre Siemens e Cade se limita ao DF e a SP porque a empresa trouxe informações sobre esses contratos. “Se ela praticou cartel em outros estados e não comunicou, perde o acordo (de delação premiada)”, afirmou o ministro.
A polêmica em torno das versões em português e em inglês das denúncias, que gerou troca de críticas e acusações entre tucanos e petistas, não foi abordada pelos senadores. O ministro, no entanto, fez questão de esclarecer que são documentos diferentes dirigidos a pessoas diferentes. “Não significa que foi forjado”, afirmou.
Câmara
Cardozo se prepara para responder hoje aos questionamentos dos deputados federais. “Confio que o clima de respeito que houve no Senado será também colocado na Câmara. Não creio que os deputados quererão a desqualificação de uma casa tão importante. Espero o mesmo nível, a mesma contundência, a mesma arguição profunda, com respeito”, disse o ministro, anunciando que está processando os que o chamaram de sonso e vigarista. A oposição na Câmara, em especial os tucanos, promete ser mais aguerrida que os colegas do Senado.
Suspensão
O Ministério Público (MP) estadual pediu ontem ao governo de São Paulo a suspensão de seis contratos de reforma de trens das linhas 1 e 3 do metrô. Assinados entre 2008 e 2010, eles somam, segundo o MP, R$ 2,47 bilhões. O objetivo é convencer o governo a abrir sindicância para que seja feita a apuração de supostos prejuízos causados pela atuação de cartel nos contratos.
Entenda o caso do metrô de SP
Em troca de punições menos severas, a Siemens delatou, em maio, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – órgão vinculado ao Ministério da Justiça que fiscaliza e apura suspeitas de abuso de poder econômico – a existência de um cartel, do qual fazia parte, para as licitações de equipamentos das linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal e admitiu que pagou propinas a autoridades de diferentes governos em São Paulo. A empresa alemã nega, porém, a delação premiada.
O cartel era formado pelas empresas Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui. As fraudes teriam acontecido em licitações públicas para venda e manutenção de metrôs e trens metropolitanos nos anos 1990 e 2000.
A suspeita é de que o esquema tenha supervalorizado cinco contratos em até 30%, acarretando prejuízo de R$ 577 milhões aos cofres públicos.
A Alstom, multinacional francesa, está sendo investigada na Suíça e na França por suspeita de pagar propina para obter contratos em países da Ásia e da América do Sul, entre eles o Brasil. No país, entre os contratos irregulares estaria o da venda de equipamentos para a ampliação do metrô de São Paulo, no valor de US$ 45 milhões, sendo US$ 6,8 milhões em pagamento de propina.