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Estado de Minas

Ex-prefeito de Jaíba acusado de fraude paga fiança e é solto

Jimmy Diogo Silva vai responder em liberdade ás acusações investigadas pela Polícia Federal


postado em 04/12/2013 09:47

Viatura da Polícia Federal no pátio da prefeitura: grupo teria comprado até decisões judiciais (foto: Gilliard Rafael/Divulgação)
Viatura da Polícia Federal no pátio da prefeitura: grupo teria comprado até decisões judiciais (foto: Gilliard Rafael/Divulgação)

O ex-prefeito de Jaíba, no Norte de Minas, Jimmy Diogo Silva (PC do B) pagou fiança e já está solto para responder em liberdade as acusações da Polícia Federal de participar de fraudes em licitações da prefeitura daquele município. Jimmy foi levado à sede da Polícia Federal em Montes Claros, no Nortede Minas, na manhã dessa terça-feira, cumprindo mandado da Justiça para condução coercitiva dele para prestar esclarecimento sobre o crime investigado pela Polícia Federal, que desbaratou uma quadrilha integrada por políticos, empresários e servidores públicos, acusados de fraudar licitações da Prefeitura de Jaíba.

Apesar de ser levado apenas para prestar esclarecimentos e, de acordo com a lei, seria solto em seguida, Jimmy chegou a ficar algumas horas preso porque a Polícia federal, cumprindo mandado de busca e apreensão, acabou encontrando uma arma na residência do ex-prefeito. Ele agora responderá também a inquérito por porte ilegal de arma.

Eleito prefeito de Jaíba em 2012, Jimmy foi afastado do cargo no dia 22 de novembro deste ano após ter o mandadto cassado pela Câmara Municipal. O processo de impeachment do então prefeito foi aberto em função de irregularidades reveladas no exercício do mandato, entre elas falta de licitações para obras e serviços públicos, funcionários fantasmas na folha de pagamento e prática de nepotismo (contratação de parentes).

Entenda o caso

Uma operação conjunta da Polícia Federal e Ministério Público para investigar fraudes em licitação para transporte escolar em Jaíba, Norte de Minas, descobriu a existência de uma partilha dos recursos públicos entre grupos políticos, em sucessivas administrações da cidade de 30,9 mil habitantes. Segundo a PF, o grupo criminoso tem entre seus integrantes o prefeito cassado Jimmy Diogo Silva (PCdoB), seu antecessor Sildete Rodrigues Araújo (PMN), além do vereador Adilson de Freitas (PRB), o Têla, presos ontem, durante a Operação Agosto.

Com o cerco das investigações, o chefe do esquema, Silvano Araújo – irmão de Sildete e que atuava como se fosse funcionário da prefeitura –, planejou o assassinato de um promotor, responsável pela apuração, mediante o pagamento de R$ 5 mil a integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), nascida em presídios paulistas. Para se manter no poder, o grupo contratou até mesmo uma advogada, que teria um “esquema” para compra de decisões judiciais, de acordo com testemunhas. Silvano, que foi candidato a deputado federal em 2010, também foi preso nessa terça-feira.

Segundo a Polícia Federal, outras quatro pessoas que colaboravam para o esquema de fraudes foram levadas para a delegacia de Montes Claros, também no Norte do estado, para prestar esclarecimentos. São eles: Anderson Pachedo, presidente da Comissão de Licitação da prefeitura; Nilton Nunes de Oliveira, secretário municipal de Administração; a empresária Beatriz Gonçalves de Araújo, além do vice-prefeito Enoch Vinicius Campos Lima (PDT). Desde que Jimmy deixou o cargo, Enoch assumiu o comando do município, mas foi afastado ontem por determinação da Justiça, por suspeita de envolvimento com o esquema criminoso. Sem prefeito ou vice, quem assume a prefeitura hoje é o presidente da Câmara Municipal, vereador Júnior Leonir Guimarães (PSDB).

Fatia


O esquema de desvio de recursos públicos montado pela organização veio à tona a partir de interceptações telefônicas que flagram, não só o plano de assassinar o promotor, como a tentativa de compra de votos de vereadores para evitar a cassação de Jimmy, alvo de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) instaurada pelo Legislativo municipal. Para tentar obter votos favoráveis, os valores oferecidos aos opositores chegariam a R$ 300 mil.

As investigações mostraram ainda que, para não haver problemas na distribuição dos recursos desviados dos cofres da prefeitura, os políticos fizeram uma distribuição de pastas que seriam controladas pelo então prefeito Jimmy e pelo seu colaborador Silvano. Com o objetivo de dificultar a identificação do “dono” da fatia, o administrador era identificado apenas com o número 12 e o grupo de Silvano como 33. A divisão funcionou perfeitamente durante distribuição das 22 rotas de transporte escolar. Foram convocados a participar somente os escolhidos de 12 e 33, em reunião na casa de Silvano, que, para evitar vazamento, recolheu os celulares de todos os possíveis beneficiários. ( Com Maria Clara Prates e Luiz Ribeiro)


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