O governador de Minas, Antônio Anastasia (PSDB), disse, nesta quarta-feira, que a administração pública no Brasil sempre foi contaminada por visões partidárias, “baseadas em eleições” e a condução mais técnica do governo foi deixada de lado. "No Brasil, nós temos tido, ao longo da nossa História, muito governo e pouca administração. O Governo é a atividade política, baseado em eleições e, por isso mesmo, em relatividade de mandatos. Por outro lado, a administração pública deve ser técnica, racional, mais objetiva”, comentou, ao participar de um seminário sobre gestão, em São Paulo.
Ainda segundo Anastasia, muita coisa já mudou nos últimos anos, porém, essa visão ainda persiste, fazendo que a racionalidade da administração pública seja prejudicada. "A alta condução dos negócios públicos tem que ter raizes ideológicas, decisões específicas, mas usar a administração para impulsionar essas decisões. O que não pode acontecer, e é o que acontece hoje no Brasil, é contaminarmos a administração na sua inteireza e isso fazer perder a racionalidade necessária", analisou.
Pilares
O governador Antônio Anastasia (PSDB) defendeu que a administração pública se baseie nas pessoas, nas estruturas e nos procedimentos para ter um bom funcionamento. O tucano apontou a definição de metas e um estado com estrutura “mais enxuta” e com possibilidade de participação da sociedade como indicativos para uma administração mais eficaz e com capacidade para responder aos anseios da sociedade. “Essa inovação, certamente, vai permitir ao setor privado melhorar a sua competitividade porque vamos ver os resultados na educação. E melhorando a educação, os empregados serão mais preparados, melhora a produtividade. Se melhorarmos a gestão, vamos melhorar a infraestrutura, os caminhões não vão quebrar nos buracos, as cargas não vão atrasar, o frete será mais barato, a competitividade melhora. E isso vai se disseminando", destacou.