Jornal Estado de Minas

Polícia Federal estima desvio de R$ 1,5 mi em Jaíba

Grupo comandado por ex-prefeitos de Jaíba teria desviado cerca de R$ 1,5 milhão dos cofres do município

Luiz Ribeiro
Junior Guimarães assumiu a Prefeitura de Jaíba - Foto: Oliveira Júnior/Divulgação
O delegado federal Marcelo Freitas, chefe da Delegacia da Polícia Federal (PF) em Montes Claros, estima que grupo comandado por ex-prefeitos de Jaíba desviou cerca de R$ 1,5 milhão dos cofres do município. Nessa quarta-feira, foi preso o empresário Leandro Cesário dos Santos, suspeito de integrar o esquema de desvios de recursos públicos por meio de fraudes em licitações para o transporte escolar na cidade de 30,9 mil habitantes, no Norte de Minas. Leandro estava foragido desde que foi desarticulado e preso um grupo de fraudadores durante a Operação Agosto, deflagrada na segunda-feira, pela PF e o Ministério Público Estadual.
Nessa quarta-feira, tomou posse na Prefeitura de Jaíba o presidente da Câmara Municipal, Junior Leonir Guimarães (PSDB), que substitui o prefeito cassado Jimmy Diogo (PCdoB) e seu vice, Enoch Vinícius Campos Lima (PDT), afastado do cargo por determinação judicial, por suspeita de envolvimento com a fraude na concorrência para 22 rotas do transporte escolar do município. De acordo com as investigações, o golpe foi arquitetado ainda no mandato do ex-prefeito Sildete Rodrigues Araújo, o Detim (PDT), antecessor imediato de Jimmy. Os dois foram presos, ao lado do vereador Adilson de Freitas (PRB) e do empresário Silvano de Araújo, suplente de deputado federal pelo PTdoB e apontado pela polícia como o mentor de todo o esquema criminoso.

Silvano é irmão de Sildete e chegou a assumir informalmente a administração no lugar dele. Durante as investigações, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que político elaborou plano para matar um dos promotores que averiguam os desmandos em Jaíba. O assassinato seria encomendado mediante o pagamento de R$ 5 mil a integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), nascida em presídios paulistas.

Arma O ex-prefeito Jimmy Diogo %u2013 cassado em novembro por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara Municipal para apurar fraudes em licitações %u2013 não estava com sua prisão decretada. No entanto, foi preso por porte ilegal de arma. Ele pagou fiança e foi liberado na segunda-feira. Sildete, Silvano e o vereador Têla estão cumprindo prisão temporária por cinco dias, renováveis por mais cinco.