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Em manifestação, índios tentam subir rampa do Palácio do PlanaltoMinistério da Justiça diz que índios serão ouvidos sobre portaria da demarcação de terrasDilma estuda criação de fundo de compensação para índiosComissão da Câmara vai analisar PEC sobre demarcação de terras indígenasRuralistas são suspeitos de intervir em PEC sobre terrasPara Funai, transferir demarcação de terras para o Congresso é "retrocesso"PT se posiciona na Câmara contra PEC da demarcaçãoPT assume Comissão que analisará PEC da demacação de terras Comissão do Senado aprova normas para terras-raras“O debate é bom, mas a proposta que nos foi apresentada não é legal e não resolverá o problema”, disse Silva à Agência Brasil. Ele destacou que, há meses, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann vêem defendendo mudanças legais que obriguem o governo federal a consultar outros órgãos além da Fundação Nacional do Índio(Funai) sobre a demarcação ou expansão de terras indígenas.
Em maio, ao participar de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Gleisi Hoffmann disse que a proposta governamental era para melhorar os procedimentos demarcatórios, levando em conta as manifestações da Empresa de Pesquisa Agropecuária( Embrapa) e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário como forma de minimizar potenciais conflitos.
Apesar das manifestações, o presidente da Sociedade Brasileira Rural garantiu à Agência Brasil que a minuta da portaria apresentada a representantes do setor ruralista prevê a mera consulta aos outros órgãos, mantendo o peso dos estudos de identificação de terras indígenas produzidos pela Funai. É com base nos estudos da fundação indigenista que o Ministério da Justiça e a Presidência da República tomam decisões sobre a demarcação e homologam novas reservas.
“Do jeito como a minuta está, a portaria ministerial mantêm as coisas como estão. Instâncias como a Embrapa vão se manifestar, mas não estão recebendo poder de veto . Apenas consultá-las não muda nada e já dissemos isso ao governo”, acrescentou Cesário, que, na terça-feira (3), participou de audiência com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária com a ministra Gleisi Hoffmann.
“O governo tem que enfrentar e resolver essa questão, pois vem anunciando mudanças há meses sem que nada aconteça. Enquanto isso, está perdendo prestígio não apenas entre os produtores rurais, mas entre setores mais amplos, cujos investimentos estão sendo afetados pela insegurança jurídica”, finalizou Silva. Sediada em São Paulo e com representantes de diversos estados a Sociedade Brasileira Rural tem 2 mil produtores rurais associados.
Segundo o Ministério da Justiça a intenção inicial é ouvir índios, entidades indigenistas, órgãos governamentais e associações de agricultores e aprimorar a minuta apresentada justamente para fomentar o debate público. Em nota o ministério garantiu que seu principal objetivo é “reduzir a judicialização e agilizar a demarcação de terras indígenas em todo o país”.
Os índios também não ficaram satisfeitos com a iniciativa. Para eles, a lei é clara e estabelece que cabe exclusivamente à Funai orientar o ministro da Justiça e a Presidência da República sobre o reconhecimento das terras antes ocupadas por povos indígenas. Para os índios, a proposta de discutir mudanças legais e a eventual publicação de uma portaria é uma forma de retardar a criação de novas reservas, o que irá tensionar a situação no campo.