Jornal Estado de Minas

Juiz suspende visitas às sextas aos mensaleiros na Papuda

Sem privilégios na Papuda, os condenados da Ação Penal 470 vão receber parentes e amigos nos mesmos dias que os demais detentos

Correio Braziliense
Sem a regalia dos mensaleiros, quem visita os demais presos é obrigado a madrugar na fila para pegar senha - Foto: Bruno Peres/CB/D.A Press
A Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal mandou suspender, a partir desta sexta-feira, a regalia dos 10 condenados do processo do mensalão que cumprem pena na Penitenciária da Papuda de receberem visitas às sextas-feiras, separados dos demais presos. Até que seja concluído o procedimento para avaliar a viabilidade de estender o direito de visitação especial a todos os detentos, eles só poderão estar com parentes e amigos às quartas ou às quintas-feiras, que são os dias de visita autorizados para toda a população carcerária.
Estavam cumprindo pena na Papuda 10 condenados do mensalão, seis em regime fechado e os demais em semiaberto, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Os quatro que foram presos ontem também terão que se submeter à regra. O ex-presidente do PT José Genoino é o único que cumpre prisão domiciliar, na casa de uma filha, em Brasília. Na decisão tomada no início da noite de ontem, o juiz substituto da VEP Bruno Ribeiro suspendeu também qualquer visita de quem não esteja previamente cadastrado na administração do presídio, o que depende de requerimento e autorização da VEP.

Desde que foram presos em novembro, dez condenados do mensalão passaram a receber parentes, amigos e correligionários às sextas-feiras, em condição mais cômoda. O privilégio gerou revolta e protestos dos parentes dos demais detentos. Sem precisar chegar cedo e enfrentar as filas longas que se formam desde a madrugada para terem acesso ao presídio, as visitas dos réus do mensalão acabam tendo mais tempo para ficar com eles.