Jornal Estado de Minas

Escândalo do cartel supera o do mensalão, diz Carvalho

"Em São Paulo, os volumes de recursos públicos passíveis dessa acusação são muito, muito maiores do que os recursos públicos em jogo no caso do mensalão" afirmou o ministro Gilberto Carvalho

Agência Estado
Gilberto Carvalho compara a denúncia de cartel, em São Paulo, com o caso do mensalão, em Brasília - Foto: Wilson Dias/ABR O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nessa quinta-feira que o escândalo do cartel de trens, que tem o PSDB como principal alvo, é maior, em termos de verbas que teriam sido desviadas, do que o mensalão federal, que tem o PT como principal alvo.
“Em São Paulo, os volumes de recursos públicos passíveis dessa acusação são muito, muito maiores do que os recursos públicos em jogo no caso do mensalão”, afirmou o ministro da presidente Dilma Rousseff.

No caso do mensalão, escândalo que causou a condenação de 25 pessoas, entre elas o homem forte do primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu, o grosso da verba pública, segundo o Supremo, saiu de contratos de publicidade do fundo Visanet, que tem participação do Banco do Brasil: foram desviados R$ 74 milhões para pagamentos da base aliada do governo.

No caso do cartel de trens, a estimativa das autoridades, a partir de informações dadas pela empresa Siemens, que admite a existência do cartel em São Paulo e no Distrito Federal, é que os cofres públicos tenham sido lesados em cerca de R$ 500 milhões. O caso do cartel, porém, está em fase de investigação - ainda não há condenações no Brasil.

A declaração de Carvalho foi feita em meio a queixas sobre a reação do PSDB em relação às investigações do cartel em São Paulo - os tucanos dizem que a investigação é partidarizada. “O PSDB está fazendo um jogo de não ir ao ponto, um teatro, se eximindo de dar respostas. Esse tratamento diferenciado é que é inaceitável. No caso do PT, nossos acusados foram condenados antes do STF, publicamente, e agora é o contrário”, disse Carvalho, queixando-se também da imprensa.

“Você compara o tratamento que a imprensa tem dado ao caso de São Paulo e ao caso do pessoal do PT, veja a diferença. Tirando (o jornal) O Estado de S. Paulo, não se pergunta pelo crime, se recrimina o acusador.”