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Em 24 de setembro de 2012, Marcos Valério fez acusações a procuradores da República que não eram alvo da ação penal do mensalão. Entre essas acusações estava a de que o dinheiro do mensalão serviu para pagar despesas pessoais de Lula. Sobre o Mercantil, Marcos Valério disse que Armando Monteiro, então dono do banco, discutiu com Lula numa viagem a Cuba sua liquidação.
Nesse processo de liquidação, o Banco Rural, envolvido com o mensalão, teria sido beneficiado. O caso do Mercantil também incrimina Marcos Valério. O empresário esteve 17 vezes no Banco Central entre 2003 e 2005, oito delas sobre o levantamento da liquidação do Mercantil, nas quais se apresentava como representante do Rural. Ao justificar a autorização para que o depoimento de Delúbio fosse dado na Papuda e não na delegacia, o juiz da vara Angelo Oliveira afirmou que isso "minimizaria a exposição e a exploração da imagem do sentenciado".
Na autorização para o depoimento de Valério, o juiz alega apenas preocupação com a "exposição do próprio sistema prisional." Preso há 23 dias para cumprir uma pena de 8 anos e 11 meses de prisão em regime fechado (inicialmente cumprida no semiaberto até a decisão sobre recurso apresentado por sua defesa), Delúbio se recusou a responder as perguntas da PF, lê-las ou mesmo folhear trechos do inquérito.
A todo tempo ele respondia que não iria se manifestar porque estava seguindo orientação dos seus advogados e não tinha conhecimento da investigação. Segundo os investigadores, contudo os autos foram encaminhados para conhecimento da defesa em julho. A não colaboração é respeitada na instituição como um direito constitucional, mas pode prejudicar ainda mais o petista. Não está descartado o indiciamento dele.
Segundo os investigadores, todos os ouvidos colaboraram com a investigação, com exceção de Delúbio. O inquérito deverá ser concluído em dez dias. Advogado de Marcos Valério, o criminalista Marcelo Leonardo afirmou que orientou seu cliente a não responder as perguntas da PF. "A orientação para ele, qualquer que seja o caso, é exercitar o direito ao silêncio." Marcos Valério foi ouvido por um delegado diferente do que tomou o depoimento de Delúbio.
O criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, afirmou que a PF indagou ao seu cliente se Marcos Valério ou o Banco Rural o procuraram para tratar do Mercantil. Palocci disse segundo o advogado, que desconhecia a operação, nunca foi procurado e que o BC tinha autonomia para tomar uma eventual decisão sobre o negócio.
Outro
Além dos seis inquéritos "filhotes" do mensalão abertos a partir do depoimento de Marcos Valério, a PF também investiga outro fato relacionado ao esquema que envolve o ex-gerente executivo do Banco do Brasil Claudio de Castro Vasconcelos. Ele era da equipe que aprovou o direcionamento antecipado de R$ 73 milhões do fundo Visanet para a DNA Propaganda de Marcos Valério.