A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon ainda nem oficializou a filiação ao PSB e já virou motivo de disputa pública entre o presidente do partido, o governador do Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva. A adesão ao PSB foi anunciada no Facebook por Campos na quarta-feira, mas, dois dias depois, Marina usou sua página para dizer que a nova “socialista”, na verdade, está ingressando no Rede Sustentabilidade. Desde que viu seu partido idealizado naufragar e se abrigou no PSB, Marina e Campos têm mostrado falta de sintonia na união.
Campos ressaltou o fato de Calmon ser a primeira mulher no STJ e ter iniciado as investigações sobre a evolução patrimonial de juízes. “Seu compromisso com o povo e seu modo de trabalho abraçam justamente a nova política que todos queremos”, afirmou em seu Facebook, esquecendo-se de contar que ela é aliada de Marina Silva.
Marina usou a mesma rede para marcar território. A ex-senadora também postou foto de Eliana Calmon dizendo estar muito feliz em receber, “na Rede Sustentabilidade”, a filiação da ministra, a quem também se referiu como primeira mulher a ocupar vaga no STJ. Segundo Marina Silva, ela chega para ajudar seu “partido clandestino” a construir um programa para o país e faz uma filiação “democrática e transitória” ao PSB “para continuar contribuindo para o Brasil, desta vez concorrendo a uma vaga ao Senado pelo Estado da Bahia, a exemplo de nós, que militamos pela Rede, mas que fomos recebidos no PSB para ter atuação política no ano eleitoral. Eliana faz a filiação pela Rede no dia 18 e, pelo PSB, no dia 19”, afirmou.
Eliana Calmon se aposenta do STJ no dia18. O pedido para se retirar antes do tempo foi feito na semana passada e cabe análise do Ministério da Justiça – ela só completa 70 anos, quando sofreria aposentadoria compulsória, em novembro do ano que vem.