O deputado federal Odair Cunha assumiu ontem a presidência estadual do PT tendo de lidar com polêmica envolvendo o processo que o elegeu – e que motivou a direção do PSDB a encaminhar ao Ministério Público um pedido de investigação sobre supostas fraudes na votação. Ao ser empossado no cargo, o parlamentar disse que o ato dos tucanos “é um bom sinal” para os petistas e indica a tentativa dos adversários de criar um “factóide”. “Significa que o PSDB está preocupado com o PT, diante de nossa força e capacidade de articulação. É bom que eles se preocupem mesmo”, ironizou o novo presidente do PT.
Presidente do PT durante o processo eleitoral, o deputado federal Reginaldo Lopes argumentou que legislação federal dá autonomia aos partidos para questões internas e não cabe ao Ministério Público investigar sucessão no comando da legenda. Ele lembrou ainda que o próprio parlamentar que questionou o processo não entrou com qualquer tipo de recurso. “Isso é um constrangimento para o PSDB, o presidente de um partido questionar uma questão interna de outro”, afirmou.
Durante a solenidade de posse, Odair Cunha afirmou que sua principal missão será conduzir o processo eleitoral do ano que vem, garantindo o maior número de votos para a presidente Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais e a eleição do sucessor de Antônio Anastasia (PSDB) no Palácio da Liberdade. O nome mais cotado para disputar o governo estadual pelo PT é o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Presente no encontro, Pimentel afirmou que é “legítima” a decisão do partido de ter candidato, mas que o nome será escolhido apenas em junho do ano que vem, e de forma democrática. O petista disse ainda que trabalha pela aliança com o PMDB, repetindo a dobradinha nacional.