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Estado de Minas

Pré-candidatos se cercam de conselheiros que farão o programa de governo

A campanha só começa oficialmente em junho do ano que vem, mas elaboração de propostas de governo para apresentar ao eleitor já começou


postado em 09/12/2013 06:00 / atualizado em 09/12/2013 07:24

Paulo de Tarso Lyra

Brasília – Com a proximidade do fim do ano e a chegada de 2014, quando ocorrerão as eleições presidenciais, os três principais candidatos ao Palácio do Planalto – a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) – começam a definir o staff de conselheiros que ajudarão a elaborar o programa e as medidas a serem apresentadas nas campanhas.

Aécio ressuscitou alguns nomes da gestão Fernando Henrique Cardoso, sobretudo os responsáveis pela estabilidade econômica. Campos agregou economistas que dialogavam com Marina Silva e esta trouxe vários ministros do primeiro mandato de Lula. Já Dilma apoia-se nas informações de governo e espera o PT escolher seus interlocutores após a reeleição de Rui Falcão para o comando do partido. De certo é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o grande showman da campanha. “Ele vai fazer comícios, organizar encontros. Mas o trabalho braçal de alianças estaduais não será dele”, assegurou um interlocutor da presidente Dilma.

O senador tucano prepara para amanhã a apresentação de um decálogo com questões que pretende discutir ao longo da campanha eleitoral. Ele diz que não se trata do programa de governo que será elaborado a partir de junho, mas tópicos que pretende discutir com a sociedade. “Queremos mostrar os problemas que o governo do PT está provocando ao país em questões como economia, saúde, educação, infraestrutura”, cita.

Aécio sempre tem debatido a questão das privatizações de rodovias, ferrovias e aeroportos, além do leilão de concessão do Campo de Libra (pré-sal). Um dos coordenadores políticos do PSDB, o deputado Bruno Araújo (PE) afirma que o atual governo não tem o que apresentar ao eleitor. “O governo Getúlio Vargas foi marcado pela criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT); Juscelino Kubitschek construiu Brasília e a indústria automotiva; Fernando Henrique trouxe a estabilidade econômica, Lula ampliou a rede de proteção social. E Dilma?”, questiona ele. Responsável pela elaboração do programa social do PSDB, o deputado Eduardo Barbosa (MG) lembra que foi o partido que lançou as sementes para o Bolsa-família. “É injustiça afirmar que nosso partido foi responsável apenas pela estabilidade econômica”, diz.

ex-ministros Eduardo Campos ampliou seu grupo de conselheiros com a aliança firmada com a ex-senadora Marina Silva. Interlocutores do governador pernambucano lembram que ele tem a principal característica de ouvir muitas pessoas, mas de puxar para si a responsabilidade de tomar a decisão final. Porém, com a proximidade das eleições, esse círculo de conselheiros tem sido ampliado. O que chama a atenção é a quantidade de ex-ministros do primeiro mandato de Lula.

A própria dupla Eduardo Campos-Marina Silva foi da equipe ministerial de Lula, respectivamente, das pastas de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente. Além deles, o presidente do PSB trouxe para seu círculo próximo o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Luiz Fernando Furlan; da Defesa, José Viegas; da Saúde, José Gomes Temporão; da Agricultura, Roberto Rodrigues; e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. “São todos amigos de Eduardo, que estão contribuindo para que ele amplifique a sua visão de Brasil”, explicou um fiel escudeiro do presidenciável do PSB.

Rodrigues, por exemplo, organizou um encontro de Campos com representantes do agronegócio há duas semanas, em São Paulo. Segundo eles, no encontro, Campos afirmou que estava muito feliz por trazer Marina para a aliança. “É muito melhor tê-la ao meu lado, como vice”, defendeu, lembrando que, durante o debate sobre a liberação dos transgênicos, ele convenceu Marina, então titular do Meio Ambiente, a abandonar uma postura mais radical e negociar com os produtores rurais.

Reeleição Dilma Rousseff pode dar-se ao luxo de adiar esse debate, pois seu grande trunfo e coringa é o ex-presidente Lula ao seu lado. Por enquanto, concentra-se no governo e, por tabela, recebe informações das diversas pastas para municiar o debate eleitoral. Fez uma reunião ministerial no feriado de finados, em 2 de novembro. Promoverá outras para debater obras da Copa do Mundo, infraestrutura e, especificamente, concessões. Dilma também aguarda a definição pelo lado do PT de quem serão os interlocutores do partido na campanha presidencial.

Com a reeleição de Rui Falcão para a presidência do partido, as coisas ficaram mais claras. No ministério, é preciso decidir quem entra na vaga dos titulares que vão se desincompatibilizar para disputar as eleições do ano que vem. “Além do Lula, só quem está pensando integralmente em eleições é o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, escalado para discutir alianças estaduais”, disse um aliado da presidente.

Mercadante não sabe ainda se mudará de pasta ou se assumirá o cargo de coordenador da campanha de Dilma. Surge ainda como alternativa o nome do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Considerado mais hábil que Mercadante, ele poderá funcionar melhor, na avaliação de aliados da presidente, na difícil tarefa de negociar palanques estaduais.

Os conselheiros dos candidatos

» Aécio Neves


Economia: Armínio Fraga, Edmar Bacha
Política: senadores Cássio Cunha Lima (PB) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) e os deputados Bruno Araújo (PE), Mendes Thames (SP), Marcus Pestana (MG) e Carlos Sampaio (SP).
Social: deputados Marcus Pestana (MG), Eduardo Barbosa (MG) e a ex-deputada Rita Camata (ES)
Internacional: embaixador Rubens Antonio Barbosa e Sérgio Amaral
Ambiental: José Carlos Carvalho e Daniel Coelho, ex-candidato do PSDB à prefeitura do Recife
Indústria: Robson Andrade e Confederação Nacional da Indústria (CNI)


» Eduardo Campos/Marina Silva


Economia: Tânia Bacelar, Sérgio Buarque, André Lara Rezende, Eduardo Gianetti da Fonseca
Internacional: José Viegas
Agronegócio: Roberto Rodrigues
Comércio exterior e indústria: Luiz Fernando Furlan
Saúde: José Gomes Temporão
Política: Fernando Bezerra Coelho
Ciência e Tecnologia: Sérgio Rezende


» Dilma Rousseff*

Política: Luiz Inácio Lula da Silva
Economia: Guido Mantega, Luciano Coutinho, Fernando Pimentel
Internacional: Marco Aurélio Garcia e Luiz Alberto Figueiredo
Coordenação de campanha: Aloizio Mercadante ou Paulo Bernardo
* A presidente ainda espera a escolha dos interlocutores pelo lado do PT


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