Vitória – O delegado da Polícia Federal de Vitória (ES), Leonardo Damasceno, disse ontem, em entrevista à TV Gazeta, afiliada da Rede Globo no Espírito Santo, que a família Perrella não é responsável pelo transporte de 445 quilos de cocaína em um helicóptero de uma empresa da família. A certeza do delegado vem da investigação das ligações telefônicas dos 11 celulares apreendidos com a droga. O inquérito deve ser concluído até o dia 19.
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As investigações da PF apontam que a droga veio do Paraguai. Uma perícia feita no GPS da aeronave apontou que o helicóptero esteve no país vizinho quatro dias antes da apreensão. O caminho da droga, ainda segundo a investigação, passou por um local não identificado, enquanto a aeronave foi para o Campo de Marte, na capital paulista. No dia seguinte, a droga foi carregada e foi feita uma escala em Minas Gerais para abastecimento. O depoimento do piloto aponta que essa parada teria sido feita em Divinópolis, na Região Centro-Oeste do estado. Ao chegar a um sítio em Afonso Cláudio, a polícia estava à espreita. O local havia sido negociado recentemente por R$ 500 mil, valor muito acima do preço de marcado.
Além do piloto, foram presos também o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37. O piloto e o copiloto foram flagrados dentro da aeronave e os outros dois homens fazendo o carregamento de um veículo VW Polo com a droga. Também foram encontrados aproximadamente R$ 18 mil em dinheiro.
Rogério Antunes já havia assumido a culpa e eximido a família Perrella de participação. Porém, o advogado dele, Nicácio Pedro Tiradentes, deu outra versão, dizendo que Antunes teria recebido autorização de Gustavo Perrella para fazer um frete. O deputado Gustavo Perrella, por sua vez, disse em depoimento à PF que foi avisado por uma mensagem de celular que o piloto faria um frete, mas que não sabia que a carga era cocaína.
No seu primeiro discurso após a divulgação do caso, o senador Zezé Perrella acusou a imprensa de querer atingir sua família a qualquer custo no episódio e disse jamais ter passado “um período mais difícil na sua vida”. “Eu não preciso de política”, afirmou ele, que assumiu em definitivo o mandato após a morte do senador Itamar Franco, em julho de 2011.