O senador Aécio Neves (PSDB/MG), pré-candidato à Presidência da República, afirmou nessa segunda-feira que ele e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que também concorre ao Palácio do Planalto, falarão a mesma língua na campanha. Os dois jantaram na noite de domingo no Rio de Janeiro, em um restaurante em Ipanema, na Zona Sul da cidade. “Vamos falar dos mesmos temas. Se será a mesma abordagem o tempo é que vai dizer”, afirmou Aécio, que ontem teve agenda em Florianópolis (SC) participando de encontro com empresários e, na sequência, com lideranças políticas.
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“É um discurso muito fácil para nós e há uma visão convergente, uma preocupação convergente entre o que pensamos e o que setor produtivo, que emprega, que gera renda, apresenta também como sugestões”, afirmou. Segundo Aécio, é preciso superar a ideia de que a oposição seria contra o Brasil, mensagem que ele credita ao PT ter passado aos brasileiros. “É exatamente a crítica que nós fazemos ao governo que vai nos permitir encontrar para o Brasil um caminho de desenvolvimento maior”, afirmou.
Para Aécio, há um sentimento de mudança na sociedade e cabe um discurso para capitalizar isso. O senador disse que as oposições cresceram. “E quem for para o segundo turno com a atual presidente da República, se é que ela vai, pode se preparar para vencer as eleições”, disse.
PPS O encontro ente Aécio e Campos ocorreu no dia seguinte ao PPS indicar que apoiará o pernambucano nas eleições de outubro. O partido já havia flertado também com a ex-senadora Marina Silva, que depois de ter o registro da legenda que ela idealizava negado pela Justiça Eleitoral, se uniu a Eduardo Campos. O PPS estava dividido entre as duas candidaturas de oposição.
Eduardo Campos afirmou que seu encontro com Aécio foi “casual”. O governador de Pernambuco disse ter ido ao Rio gravar um programa do PSB naquele estado e que, como só poderia voltar ontem do Recife, foi jantar perto do hotel. “Lá encontrei Aécio, que tinha ido jantar. Aí sentamos à mesa, conversamos um pouco, tomamos um café”. Campos disse considerar “muito importante” a indicação do PPS de apoiá-lo. Segundo ele, o partido vai ajudar na formação de um programa de governo. (Com agências).