O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o líder que recebeu mais espaço no livro, 20 páginas. O caso do mensalão é tratado em menos de dois parágrafos. Citando o alto volume de reservas internacionais e a quitação da dívida brasileira com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2005, o livro cita o tema no perfil de Lula.
"Foi neste mesmo ano que começou a furiosa ofensiva, que prossegue até hoje, no sentido de desestabilizar o governo do Presidente Lula e sua memória", diz trecho, citando a denúncia feita pelo então presidente do PTB, Roberto Jefferson. "A partir de então, a imprensa golpista desencadeou uma ofensiva total para desestabilizar o governo", afirma na sequência.
No final do capítulo dedicado a Lula, o livro afirma ainda que o PT obteve um resultado "esplêndido" nas eleições de 2012. "Sobretudo quando se considera que o STF se prestou ao papel de montar um julgamento/espetáculo para funcionar como cabo eleitoral de uma oposição indigente de ideias, guiada por uma mídia furiosamente golpista".
Dois condenados tem perfis no livro. Genoino tem sua biografia descrita em quatro páginas, sem a renúncia na semana passada porque a edição já tinha sido concluída. Ao citar o mensalão, o livro diz que Genoino "vem sendo achincalhado, humilhado e ofendido pela imprensa golpista". Classifica a prisão de arbitrária e conclui. "O STF tripudiou sobre um homem íntegro, mas a história o absolverá".
Com a história contada em cinco páginas, João Paulo Cunha, que só deve ter a prisão decretada em 2014, tem seu julgamento comparado aos de tribunais de exceção. "O PT e outros setores democráticos da sociedade receberam com espanto os procedimentos e métodos utilizados neste processo. Eles parecem cheios de exceções caprichosas e desconsideram princípios estabelecidos do direito liberal. Às vezes lembram julgamentos ocorridos em Berlin, em 1933, e em Moscou, em 1936", diz trecho. Nesta quarta-feira, 11, Cunha fará um pronunciamento e lançará uma revista sobre sua defesa no processo.
O presidente do PT, Rui Falcão, ressaltando não ter lido o livro disse não concordar com a alcunha de "golpista" para a imprensa mas ressaltou que o partido combate o "monopólio" da imprensa. "Há um monopólio da mídia, que nós precisamos democratizar", disse. Afirmou ainda que as críticas ao Supremo constantes no livro "deve ser por causa de algumas conclusões do supremo, dois pesos e duas medidas".
No evento, o líder do PT, José Guimarães (CE), novamente ressaltou a história do irmão Genoino no parlamento. Falcão também citou Genoino em seu discurso. "Um tribuno de compromisso com a transformação social e vida digna e reta e que por desvão das lutas política teve agora privada sua liberdade, mas está conosco como sempre esteve", afirmou o presidente petista.