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Estado de Minas

Governistas na Assembleia de Minas se revoltam contra secretários

Deputados da base governista estão revoltados com a não liberação das emendas e a invasão dos secretários em suas bases eleitorais


postado em 11/12/2013 06:00 / atualizado em 11/12/2013 11:10

Com uma série de projetos do Executivo em pauta, a reunião de plenário da Assembleia Legislativa sofreu nessa terça-feira obstrução da própria base de governo, revoltada com a não liberação das emendas e a invasão dos secretários em suas bases eleitorais. Aliados do governador Antonio Anastasia (PSDB) se revezaram na tribuna para esbravejar contra os titulares das principais pastas e pedir que eles sejam enquadrados. Inspirados nos prefeitos, que farão um ato semelhante, os parlamentares disseram que ontem foi o “dia do basta”.

O principal alvo foi o secretário do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas (Sedvan), deputado Gil Pereira (PP), bombardeado pelos parlamentares da região, que acusam o uso político da pasta. Segundo Arlem Santiago (PTB), o secretário “não dá conta da secretaria” e não defende o governo. A crítica foi principalmente pela interrupção, devido à falta de licitação, do programa Leite pela vida, que combate a desnutrição no estado. O deputado Carlos Pimenta (PDT) emendou falando da demora em instalar cisternas na região, que também creditou a Pereira.

O deputado de oposição Paulo Guedes (PT) aproveitou o palanque dos governistas para reforçar a queixa a Gil Pereira e acrescentou o secretário do Trabalho e Emprego, deputado federal Zé Silva (SDD), que, segundo ele, fez da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) um “curral eleitoral”.

Até o vice-líder do bloco governista, Duarte Bechir (PSD), entrou na briga. Segundo ele, os deputados vão aos secretários políticos pedindo recursos para suas bases e recebem negativas. Pelas costas, os mesmos secretários destinam recursos para seus municípios, levando a paternidade. “Isso tem sido costume entre alguns secretários, especialmente os emprestados desta Casa. Estão avançando sobre nossas bases, isso passa a ser uma afronta a nosso trabalho de representação”, afirmou.

Apesar de Bechir não ter citado nome, o colega que o sucedeu, Célio Moreira (PSDB), ao discursar, revelou que teve problemas com a Secretaria de Transporte e Obras Públicas (Setop), comandada pelo deputado federal Carlos Melles (DEM). “O secretário fica meses sem dar resposta a um ofício, enquanto a gente sabe que ele só libera verbas para as bases dele.”

Célio Moreira acrescentou que o governo não liberou nem metade de suas emendas parlamentares. “Enquanto precisamos ficar no plenário defendendo o governo eles (os secretários) estão recebendo os nossos prefeitos e vereadores”, reclamou, ameaçando parar a Casa como faz a oposição. O também tucano Luiz Henrique fez questão de fazer coro e sugeriu que os parlamentares formem um bloco para conversar com Anastasia.

Mesa sem reeleição

A proposta de emenda à Constituição que acaba com a possibilidade de reeleição para a Mesa Diretora da Assembleia foi aprovada nessa terça-feira em em comissão especial e segue para votação em segundo turno no plenário. Atualmente, os parlamentares podem concorrer a uma recondução ao cargo, no qual ficam dois anos, na eleição subsequente. A proposta veda a reeleição, mesmo que ela seja para a Legislatura seguinte. O texto foi aprovado em primeiro turno em julho e precisa da aprovação de 47 deputados para virar lei.


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