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Em depoimento que consta do relatório, o perito criminal Alberto Carlos de Minas declarou ter visto um furo no crânio do motorista com “característica de buraco provocado por projétil de arma de fogo”. Na ocasião, segundo o perito, as autoridades de Minas teriam proibido que ele fotografasse o crânio, alegando que ele estaria “esfacelado”.
Antigo secretário particular do ex-presidente, Serafim Melo Jardim também foi ouvido e afirmou à comissão ter certeza de que JK vinha sendo vigiado. “Eu acompanhei o presidente desde que voltou do exílio. Sempre que viajávamos ele dizia: ‘Estão querendo me matar’.”
Serafim disse aos vereadores que os telefones de pessoas ligadas ao ex-presidente estavam grampeados em 1976 e, por isso, agentes do governo militar que o vigiavam não teriam dificuldade para saber com antecedência sobre a viagem pela Dutra.
Na ocasião de sua morte, Juscelino se articulava para disputar a Presidência quando o País retornasse à democracia. Seus movimentos eram motivo de preocupação para os agentes da Operação Condor, aliança político-militar entre as ditaduras do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. “Essa é a verdadeira história do País e precisa ser levada a cada brasileiro”, disse Natalini.
Depoimentos. O presidente da Comissão da Verdade de São Paulo acredita que o orifício encontrado por um perito no crânio do motorista de JK é a prova mais contundente do relatório. “Havia fragmento de metal dentro do crânio”, diz.
O grupo também ouviu testemunhas do acidente, como o motorista aposentado Ademar Jahn. Ele afirmou em depoimento que viu o motorista do veículo de JK, um Chevrolet Opala, desacordado e com a cabeça caída entre o volante e a porta antes da colisão.